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O que é o Hidroex? 5 perguntas a Narcio Rodrigues

Vista da Cidade das Águas-clique para ampliar

1) Frutal tem tido sua realidade transformada desde a chegada da UEMG e do Hidroex. Na sua visão, qual é a principal contribuição desses dois centros de pesquisa para a cidade e para o país?

No dia em que anunciamos a “estadualização da UEMG”, eu disse que, a partir dali, “Frutal jamais seria a mesma”. Mudou tudo. Paramos de exportar nossos jovens para receber gente de todo Brasil que está vindo estudar em Frutal e encontra Ensino Superior, público e gratuito, como sempre sonhávamos. A UEMG não vai parar de crescer. Será sempre maior do que é. Mas a UEMG é apenas uma âncora, uma parte, de todo o sistema que está se criando. A Cidade das Águas Unesco Hidroex não tem precedentes na América Latina. Não há nenhum Centro com o poder agregador que Hidroex terá e a maior demonstração disso é o fato de que o Condomínio Temático das Águas já conta com quase 30 instituições de pesquisa e e desenvolvimento e de ensino superior – instituições de renome internacional e nacional. São 14 Universidades Públicas já integradas no mesmo esforço e o prédio do Condomínio não foi ainda sequer concluído. A possibilidade de expansão é enorme. Estamos também com a metade da capacidade nos alojamentos construídos, que atendem 600 pesquisadores. A meta é chegar a acomodação para 1.200 cientistas. Imagina 1.200 pesquisadores atuando em torno do tema da água em Frutal, vindos de toda parte do mundo. AUEMG está aberta ao Brasil. O Hidroex está abrindo Frutal para o mundo. É um horizonte sem limites. Só o tempo para mostrar e dizer.

2) Muitos ainda questionam sobre a verdadeira finalidade do Hidroex. Gostaria que pudesse explicar, de forma resumida, o que é e como funciona o Hidroex.

Esses que questionam e não entendem o que é o Hidroex e o que será a Cidade das Águas deveriam visitar as margens do Rio Grande nos dias de hoje. Quando começamos a pregar a ncessidade de um centro que pudesse catalisar as ações em torno da Educação para as Águas e da melhor gestão de recursos hídricos não estávamos ainda vivendo a crise da falta de água, inclusive em países como o nosso, que tem abundância hídrica. Há poucos dias fui a Pirapora. O Rio São Francisco secou de tal forma que não consegue abastecer aquela cidade. Estamos vivendo o início de uma catástrofe. A água é o elemento da vida. Não há vida onde não há água. O Hidroe foi criado para contribuir com a ofrmação de uma consciência em torno desse tema, para promover o surgimento de técnicos que melhorem a gestão dos recursos hídricos e para envolver as comunidades de um modo geral com as práticas de bom uso da água. É um projeto único, reverenciado pelas Nações Unidas e reconhecido por todos como um exemplo que o Brasil dá na busca da sustentabilidade.

3) O Complexo da Cidade das Águas está com as obras avançadas. Qual é a expectativa para que toda a estrutura esteja pronta e em utilização?

Até meados de 2015, entregaremos mais de 80% da estrutura da primeira etapa da Cidade das Águas. Nesse ano, Alojamentos, Biblioteca, Centro de Educação à Distância e Complexo de Laboratórios serão entregues em 2014. Para os dois próximos anos – 2015 e 2016 – temos que concluir o Condomínio Temático que está sendo construído (ainda vai faltar uma etapa para concluir) e teremos que fazer o Espaço Cousteau para as Águas, que será o receptivo, onde os visitantes vão chegar e entender o que é o projeto. Esse espaço homenageia Jacques Cousteau, o comandante que ensinou a Terra a olhar para a Água. E é um reconhecimento ao apoio que a Francine Cousteau, presidente da Fundação Cousteau, deu a esse projeto desde o seu início. Só a Frutal, ela já veio três vezes. E é uma embaixadora do Hidroex na Europa.

4) Na sua opinião, Frutal poderá ter sua história dividida entre “Antes” e “Depois” da UEMG e do Hidroex?

Os fatos estão tornando isso uma realidade. Já vivemos o pós UEMG e o pós-HIDROEX. E teremos que nos adaptar a esses novos tempos, que exigirão muito de Frutal e dos frutalenses. Temos que ser modelo nas práticas da sustentabilidade, no bom uso da água e na boa gestão de nossos recursos hídricos.

5) Qual é o volume de investimentos que esse projeto já alcançou? E como foi arregimentar recursos para ele?

Não foi tarefa fácil. Esse projeto tem a iniciativa do Governo de Minas e o apoio do Governo Federal. Curiosamente, seu “start” se deu num momento em o Governo do Estado era comandado por Aécio Neves, do PSDB, e o Governo Federal, estava nas mãos de Lula, do PT. Era preciso criar uma engenharia que permitisse a ambos dialogarem e se entenderem sobre a importância do projeto. E eu tenho que dar um testemunho no sentido de dizer que tanto Aécio e Lula, quanto Anastasia e Dilma – em termos de Governos – não faltaram a essa causa. Os dois Governos nos ajudaram, e espero que possam continuar ajudando no futuro, no momento da manutenção e da implementação dessas ações. A Cidade das Águas vai custar, ao final, em torno de R$ 350 milhões. Já investimentos cerca de R$ 50 milhões. Nesse momento, só as obra sem andamento consomem mais R$ 171 milhões. Na segunda etapa, teremos que dobrar o número de Alojamentos e criar o espaço para os Centros de Pesquisa e Desenvolvimento, que ficarão reunidos com laboratórios no prosseguimento do boulevard a ser expandido para depois da Vereda que separa as áreas da Cidade das Águas.

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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