Depois de colocar 13º condicionado a devolução da Câmara, Prefeitura “acha” R$18 mi no orçamento do município

 

Se até 15 dias atrás a Prefeitura dizia que precisava de dinheiro para a Câmara Municipal para pagar o 13º dos Servidores Públicos Municipais, na noite de ontem descobriu-se que o município tem R$18 milhões para pagar a gratificação natalina, salários, perueiros e ainda alguns fornecedores. Isso por conta de um projeto de lei que abre ua suplementação de verba no Orçamento do Município (na prática, tirar a verba de uma ou várias pastas para fazer novo direcionamento, legalmente, dentro do próprio orçamento). Esse montante equivale a aproximadamente 15% do orçamento aprovado para este ano em Frutal.

O projeto foi alvo de grande discussão na noite de ontem porque parte dos vereadores queriam que o projeto entrasse em votação às pressas durante a reunião ordinária, enquanto vereadores como Edivalder Cheiroso, Bruno Augusto e Pedrinho do Gás apontaram que o projeto era falho e não discriminava realmente onde o dinheiro seria aplicado em Frutal. Para os vereadores, da forma como está escrita a lei, a Prefeitura pode aplicar esse recurso em qualquer tipo de pagamento sem garantir que, esses R$18 milhões, efetivamente serão colocados no pagamento do funcionalismo e perueiros.

Agora, o grande questionamento que ficou da noite de ontem é: se a Prefeitura praticamente havia condicionado o pagamento dos servidores ao dinheiro de devolução da Câmara de Frutal, como é que esse montante milionário apareceu agora nas contas? Talvez porque houvesse outros planos para eles. Ou foi apenas jogo político mesmo.

Ficou latente também na noite de ontem a falta de planejamento do Executivo Municipal. Lei desta natureza, que permite remanejamento de verbas dentro do Orçamento, poderia ter sido encaminhada no mês anterior à Câmara caso houvesse um planejamento deveras adequado. Estando no final do ano seria fácil identificar que as movimentações financeiras dentro do próprio orçamento seriam necessárias. No entanto, ao se colocar “às pressas” o projeto e “na conta” dos vereadores a correria para aprovação indica, na opinião deste jornalista, apenas uma coisa: tentativa de tapar o sol com a peneira.

O polêmico projeto de lei será votado na próxima sexta-feira, às 8 da manhã, em reunião extraordinária da Câmara Municipal.

Em tempo: Será que não dá para tirar R$2 milhões desses R$18 milhões para fazer o asfaltamento do Jardim Brasil? Ou essa obra ainda vai ficar condicionada a  dinheiro do Legislativo? É o jogo da política…

Comments

comments

rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

%d blogueiros gostam disto: