Advogado de Ésio e Joab questiona prisão de seus clientes

O advogado Renato Furtado, que defende os vereadores Ésio dos Santos e Joab de Paula Alves (indiciados por corrupção ativa e organização criminosa), concedeu entrevista à Rádio 97FM hoje para defender seus clientes. Em sua fala ele afirmou considerar um absurdo que os dois continuem presos na SUAPI, principalmente quando ainda não estão devidamente condenados judicialmente por qualquer tipo de crime. O advogado ainda afirmou que fica estarrecido com a falta de prisão de estupradores, assassinos, de bandidos conhecidos da população, enquanto eles ficam detidos. Para isso, ele compara a situação de um homem que permaneceu encarcerado por 20 meses e, ao final do processo, foi considerado inocente.

Sobre a acusação de seus clientes, Furtado afirma não haver qualquer tipo de acusação de apropriação de dinheiro do Legislativo. “A acusação que pesa sobre os vereadores é de que estariam usando dinheiro próprio para comprarem votos de outros vereadores para que fossem eleitos presidente da Câmara na outra gestão. Não envolve a acusação de que estariam usando dinheiro do povo, da Câmara, para a compra de votos”, afirma.

O advogado afirmou que já impetrou o pedido de habeas corpus para a liberdade de seus clientes, que deverá ser julgado em até 30 dias. Ele afirma que esse é um procedimento normal, já que normalmente o desembargador solicita informações para o juiz responsável pelo caso para julgar. Para Furtado, a prisão se deve apenas para que os vereadores não votem na eleição da Mesa Diretora da Câmara. “Mas eles já estão com os direitos políticos suspensos, então, são duas pauladas ao mesmo tempo. Eles estão presos e com direitos políticos suspensos. Isso é querer matar e espisinhar o suspeito no último grau. Por que tanta dureza, tanta falta de humanidade num caso desses?”, questionou.

Furtado disse que todos estão usando uniforme da SUAPI e estão numa cela em separado dos demais presos. Sobre a transferência para a APAC, Furtdo afirma que há uma proibição no próprio estatuto da entidade de que apenas condenados podem ser levados para lá.

Para o advogado, “dói saber que aquelas pessoas que eu sei que já colaboraram, que já fizeram para a cidade, ficarem de chinelinho, de vermelho, presos numa cela, num lugar que corre esgoto ao ar livre. Afinal, qual é o sentido disso? Se não era para votar eles já estão com os direitos políticos suspensos, por que a prisão? Para que aniquilar o outro como se não fosse um ser humano? Sei que no futuro isso será visto com maior clareza e não terá a dimensão que estão dando nesse momento, nem de longe. Aí eu fico perguntando onde está a justiça”, finalizou.

 

Comments

comments

rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

%d blogueiros gostam disto: