Professora nega acusação de violência sexual e diz estar a disposição das autoridades

Depois que o monitor do Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI) “Antônio Gomes Pinheiro” se manifestou quanto ao suposto caso de abuso sexual dentro da instituição, também a professora Franciane Machado da Cruz, procurou a reportagem da 97 FM para dar sua versão.
A professora – que tem dois filhos de 19 e 7 anos e é casada – diz estar tranquila e nega as acusações a que tem sido vítima desde a denúncia feita pela mãe da criança, no dia 8 de agosto.
Franciane afirma categoricamente que dentro da instituição não há meios de acontecer tal situação, uma vez que existe uma rotina rígida a ser obedecida, como horário de entrar, ir ao banheiro, almoçar, tirar soneca, participar de atividades lúdicas e recreativas, lanchar e da saída dos alunos.
Ela conta que alguns pais tiveram dúvida sobre deixar seus filhos na instituição, porém, após saber que se tratava de seu nome que estava em acusação, enviaram as crianças de volta para a escola por conhecerem o profissionalismo dela, que atua no CEMEI há vários anos.
Abalo emocional
“Psicologicamente, tudo isso me afetou e abalou bastante a minha vida pessoal e profissional. Para fazer uma acusação dessas, a pessoa tinha que por a mão na consciência. Foi muito injusto para mim e o outro profissional acusado. Fizeram acusação a nós dois sem provas”, lamenta.
Franciane também diz que ficou bastante chocada pela denúncia porque ouviu muitos comentários maldosos e ficou com medo de trabalhar, de chegar em sua casa, de sair sozinha, ir ao mercado fazer compras ou que alguma pessoas causasse danos em sua residência, veículo ou mesmo na instituição em que trabalha.
Ameaças
Até mesmo no desfile da independência do Brasil, ela preferiu trabalhar internamente com medo de ficar exposta, bem como passou a manter o filho dentro de casa com receio de seja agredido na rua.
“Recebi ameaças em grupos de whatsapp; circularam fotos minha e da minha família falando que somos abusadores. A gente não teve mais sossego. Hoje durmo a base de remédios. Apesar disso, não deixei de trabalhar nenhum dia”, declarou.
Como profissional, ela comenta que é conhecida por fazer cobranças e ser rígida. “Todos sabem o quanto sou enjoada e protetora com meus alunos, tipo uma ‘mãe coruja’ delas. Muitas crianças me recebem com um beijo e dizem que estão com saudades, isso porque sou uma boa profissional”, diz.
Confiança dos pais
Na instituição, a professora conta que não teve problemas porque todos os outros profissionais conhecem a sua conduta. “Mas todos ficaram chateados e até com receio de serem agredidos pelas mentiras que foram veiculadas”, relata.
Além dos pais de alunos, Franciane recebeu muito apoio de sua família e amigos e, por isso, agradece a cada pessoa que está junto a ela oferecendo seu apoio.
Rotina na creche
A respeito da criança que foi vítima de abuso, Franciane conta que a menor sempre chegava sorrindo e que não percebeu nenhuma mudança no comportamento dela porque é normal as crianças chorarem porque preferem estar em casa já que podem ficar mais à vontade e sem cumprir os horários e atividades dentro da escola.
A professora relata ainda que a menina já tinha ânsia ao escovar os dentes desde que iniciaram as aulas em fevereiro e que tinha verdadeiro pavor de molhar a cabeça e o rosto na hora do banho.
Ela acrescenta ainda que a higienização das partes íntimas é feita pela própria criança. “Estou muito abalada com tudo isso até hoje porque ela é uma criança ‘doce’ e não merece passar por isso”, enfatiza.
Em busca da verdade
“Foram veiculadas muitas mentiras na rede social. A gente fica com vergonha pelas acusações, pelos olhares críticos. Eu trabalhei duro e de várias formas para vir uma pessoa e do nada me acusar”, indigna-se.
“Eu e o outro acusado queremos mais do que nunca que a verdade seja mostrada. Ele e eu já fizemos os exames e nós não temos essa doença. Não fui ouvida ainda e estou à disposição da justiça. Eu e minha família estamos sofrendo muito e vou fazer o melhor que eu posso. Eu confio na justiça de Deus e do homem e isso vai ser esclarecido o mais rápido possível”, finaliza.
Defesa
O advogado de Franciane, Ricardo Rocha (Rochinha), conta que logo que iniciou a defesa de sua cliente apresentou um termo de comparecimento espontâneo dela já que foi citado o nome da professora no boletim de ocorrência. Também foram tomadas outras providências e coleta de provas pertinentes ao caso que corre em segredo de justiça.
Rochinha ressalta que a educadora atua no CEMEI há vários anos e é bastante respeitada dentro do seu ofício pelos pais e colegas de trabalho e declara que é uma inverdade que ela havia sido afastada de suas funções na instituição.
Ele ainda classifica como ‘desumana’ e ‘leviana’ a forma com que foi divulgado o nome da professora em redes sociais, bem como afirma categoricamente que é impossível que o suposto abuso tenha ocorrido dentro do centro educacional.
“Tudo isso trouxe grandes prejuízos à moral e boa conduta da professora. Estamos investigando e produzindo provas porque a verdade que queremos é a mesma que a Polícia Civil busca. Essa verdade vai aparecer. Enquanto isso, estamos à disposição da autoridade policial”, conclui.
Reportagem: Samir Alouan

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação