Frutalense “bilionário” do Tinder na mira da PCRJ

Um enredo com pitadas que misturam documentários internacionais como O Golpista do Tinder e Inventando Anna entrou na mira dos investigadores da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Afirmando ser herdeiro de fazendeiros do município de Frutal, no interior do estado de Minas Gerais, o empresário R.C.P, 33 anos, circula na alta sociedade do Eixo Rio-São Paulo ostentando roupas de grifes famosas e fazendo viagens para destinos paradisíacos.
Um outro lado do suposto bilionário, como ele mesmo se apresenta nas rodas de amigos, entretanto, pode revelar uma trama obscura, configurando crimes de ameaça, difamação, stalking e estelionato.
Em entrevista exclusiva à coluna, um servidor público do Rio de Janeiro, de 38 anos, revelou detalhes de como o que parecia um sonho virou pesadelo. Sem se identificar por motivos de segurança, o carioca explicou ter conhecido R. por meio de um aplicativo de relacionamento.

“Nosso primeiro encontro foi no hotel Fasano, aqui no Rio. Impressionou, porque ele se mostrou muito viajado, falava sempre em rede de hotéis caríssimas, roteiros exclusivos, roupas caras. Também dizia que era amigo de celebridades. Depois, veio o primeiro convite para uma viagem. Embarcamos, de primeira classe, para a África e Dubai. Logo após, seguimos para Nova York e México, em um total de 22 dias de viagem em hotéis cinco estrelas e frequentando restaurantes conceituados”, lembrou.
Em quatro meses de relacionamento, o casal visitou pontos turísticos da França e dos Estados Unidos. “Tivemos algumas crises, mas ele sempre surpreendia com presentes caros. Malas avaliadas em R$ 8 mil, vaso de cristal da Versace, entre outros. Depois de alguns meses, percebi que, apesar de todo o luxo, nossa convivência não era boa e eu não estava mais disposto a seguir com o namoro. Foi aí que minha vida mudou completamente”, desabafou.
Segundo o servidor, ele passou a receber e-mails com ameaças e teve todos os cartões bloqueados. O total de compras estornadas chegou a R$ 83 mil com hospedagens e passagens aéreas. “Na verdade, muitas cobranças já vinham sendo lançadas. Eu não reconhecia os gastos, mas não suspeitava que poderia ser algo do R. Algumas compras eram relacionadas a hotéis, passagens e restaurantes”, disse.

Ao reativar a conta, ele diz ter sido vítima de uma nova fraude, na quantia de R$ 7 mil. “Em duas horas, tive um total de R$ 7.622,67 em compras não reconhecidas no meu cartão de crédito”, destacou.

“R. alegava que precisava dos dados dos meus cartões para pagar as taxas de embarque ou pequenos custos referentes aos voos, mas tudo isso servia de pretexto para que ele tivesse acesso aos meus dados pessoais. Também vi outras pessoas famosas fazendo a mesma coisa, dando todos os dados do cartão de crédito para que ele fizesse compra de passagens e hospedagem”, acrescentou.

Em ocorrência registrada na 14ª Delegacia de Polícia do Leblon, a vítima relata que as supostas perseguições tiveram início em 18 de novembro do ano passado e perduram até hoje.
Grande parte das investidas ocorreu em ambiente virtual e foram desde cancelamento de cartões a serviços essenciais, como água e gás. De acordo com o depoimento, R. chegou a tentar invadir a casa do servidor em uma tentativa de reatar o namoro.

Após procurar um advogado, o empresário descobriu que R. respondia na Justiça por estelionato e agressões e também era cobrado por bancos e pela Receita Federal. “Eu me assustei quando li o teor do processos”, conta o servidor.

Fonte: Jornal Metrópole

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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