Fala, Portari

Dados cada vez mais preocupantes vão colocando Frutal e região em sinal de alerta para volta de medidas restritivas em relação ao combate à COVID-19. A se julgar pelas informações divulgadas pelo próprio governo de Minas Gerais na última quarta-feira, nossa região apresentou um crescimento acima de 30% na taxa de infecção pelo novo vírus, o que nos revela o quanto a população tem se descuidado no que tange às medidas de prevenção e, por outro lado, o quanto as ações governamentais têm sido ineficientes em tentar conter o avanço da pandemia.

As justificativas são sempre as mesmas e a culpa quase sempre é direcionada para a população. Porém, o que nos faz refletir é, até que ponto realmente tudo depende do cidadão e até que ponto a ação governamental deve ser levada em consideração? Digo isso porque há regiões no estado em que o índice de infecção regrediu e, no cômputo geral, o estado apresentou queda na taxa de transmissão do vírus.

Quando se trabalha com estatísticas, claro, a frieza do número não reflete a necessidade do trabalhador, do comerciante ou do empresário. Mas, nesse caso, os números crescentes refletem na falta de leitos, na UTI superlotada e sem receber mais pessoas, numa maior proporção de casos graves e óbitos.

A situação na região não está boa e, em Frutal, não é diferente. Os casos registrados ocorrem para cima de 30 diariamente, mostrando que pelo menos uma nova pessoa é infectada em menos de uma hora.

Mas de tudo isso que escrevo até o momento e, para não me alongar, de certa forma já é uma preparação para o que pode ocorrer: a volta da Onda Roxa, o comércio no delivery e a queda na economia e maior aumento de aglomerações em praças e festinhas particulares, como vemos diariamente pela cidade.

Depois, não há de se chorar o leite derramado. Algo precisa ser feito. Nem que seja reeducar o povo e apertar a fiscalização, mesmo após 14 meses de pandemia. Ou então continuaremos a contar os mortos e os infectados. O que vamos preferir?

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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