Análise: na reta final das filiações, excesso de vice e contraponto a velhos candidatos

politicaNesses últimos dias de prazo para a filiação de candidatos a partidos políticos, os bastidores em Frutal estão a todo vapor. De um lado, vereadores tentando se estabelecer em chapas para garantir sua reeleição (e outros, vencer sua eleição pela primeira vez). De outro, ouvi informações de que até mesmo o próprio prefeito possa estar de saída do PSC e indo para o PSB até o início de outubro. Em seu lugar, no PSC, o empresário Osterno Filho estaria assumindo a presidência da legenda.

Por falar em Mauri, é forte a conversa de bastidores que ele não deve tentar a reeleição. Segundo as “conversas de botequim”, até mesmo alguns secretários municipais teriam dito isso em churrascos nesse final de semana. Se Mauri, de fato, se colocar fora da disputa, a avenida para “prefeitáveis” vai ficar muito aberta.

Temos como pré-candidatíssima a ex-prefeita Ciça, que deverá permanecer no PR para disputar as eleições. Aliás, neste final de semana será realizado um mutirão de filiações de seu partido e a notícia é de que nomes como os do vereador Zizi, vereador Joab, vereadora Gleiva, vereador Sinomar Borges, entre outros, ingressem na legenda. Se todos os nomes confirmarem sua migração, o PR terá até 10 vereadores filiados em seu partido e que disputarão a eleição num “chapão”, onde possivelmente cinco ou seis se reelegem.

Ainda nas conversas de botequim foi dito que Ciça deverá filiar virtuais candidatos a vice em seu partido, como o de seu ex-vice-prefeito Jarbinhas. Outro nome que me foi citado é o do criminalista Renato Furtado, no entanto, em conversa com o mesmo na tarde de ontem, Renato me garantiu que não deverá se filiar ao partido nesse final de semana, reforçando a expressão de que são apenas “conversas de botequim”. Outro nome apontado como possível vice é o do empresário Romero Brito. Até mesmo o ex-prefeito Toninho Heitor é colocado como virtual vice-candidato de Ciça nessa eleição.

Talvez o excessivo número de vices se deva a dois fatores: a liderança virtual da ex-prefeita nas pesquisas e o fato dela arrastar uma condenação por improbidade que a qualquer momento pode ser ratificada em Belo Horizonte em virtude do cancelamento do concurso público que ela fez em sua gestão. Caso a condenação seja mantida, ela ficaria inelegível, já que teve seus direitos políticos suspensos. Fora isso, a ex-prefeita responde a outros processos que podem resultar em sentenças desfavoráveis ao longo dos próximos meses, como a CEI que apurou possíveis desvios de R$10 milhões no Hospital Frei Gabriel e até mesmo uma antiga ação contra a Fundação Lêda Campos Borges, nos quais ela figura como parte denunciada pelo Ministério Público.

Mas Ciça não deverá ser candidata única na cidade. Isso porque há outro grupos se mobilizando. O PSDB sofreu algumas baixas nos últimos meses, como o do próprio advogado Ricardo Rocha, então presidente da legenda. Ricardo está se organizando com um grupo de companheiros políticos para assumir outra legenda na cidade, mas prefere esperar a publicação do diretório provisório para falar sobre o assunto. Além dele, o agropecuarista Adalberto Queiroz também deixou a sigla no início de 2015. Apesar de muitos apostarem que o ex-deputado Narcio possa pintar como candidato a prefeito no ano que vem, há cerca de 20 dias, em poesia, Narcio afirmou que pretende ser apenas “rei” de seu pedaço de chão lá no Xatão.

Como contraponto ao nome de Ciça surge, no momento, o nome do jovem Caio Heitor. Advogado, pós-graduado e integrante de um grupo nacional de jovens líderes, Caio conta hoje com um grupo de seis partidos que apoiam seu nome para a disputa da prefeitura. Atualmente ele está sem partido, mas deverá decidir o rumo de sua filiação até o início do outubro, prazo máximo dado pela Lei Eleitoral. Junto com ele, seu grupo tem colocado que é hora de renovação e, principalmente, garantir que a vida política de Frutal apresente novidades e saia da “mesmice” de candidatos que se alternam no poder desde a década de 1990.

O troca-troca de partidos e as articulações que estão sendo feitas demonstram que as eleições no ano que vem serão intensas. E, possivelmente, bem diferente da última. Agora é esperar os próximos 10 dias para ver como o quadro deverá se definir.

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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