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Pesquisador alerta que Ribeirão Frutal está em risco de contaminação

Prezado Rodrigo,

millorsabaraO manancial de água para abastecimento da população é o ribeirão Frutal. A bacia do Frutal está em rápido processo de degradação por esgotos rurais não tratados de humanos e animais, além do sério risco de micropoluentes como agrotóxicos e metais pesados. A quantidade de água é outro problema grave. A hidrologia do ribeirão está muito alterada devido maus aos usos e ocupação dos solos, aliados ao desmatamento.

Uma chuva mais intensa faz o ribeirão sair do leito, com alta concentração de argila, areia e silte, que lhe dá a cor marrom e o assoreia. Cessada a chuva, a vazão cai verticalmente, pois, o solo não armazenou, ou armazenou pouco da precipitação. O solo é a “caixa d’água” de uma bacia. Quando não há chuva, como acontece em nossas casas quando falta água da COPASA, ela é o reservatório até o abastecimento (ou a chuva, nesse caso) voltar.

É preciso cadastrar os usuários da bacia, fazer seu enquadramento e fazer intervenções para atingi-lo. Tudo isso sem deslocar os moradores ou criar animosidade. Trata-se da saúde deles também e dos 50 mil moradores de Frutal. A água pode ficar tão poluída, que não há mais como tratá-la. A COPASA terá que transpor bacias ou usar água subterrânea, que aumentará o preço do abastecimento.

Pela Lei das Águas de 1997, os cidadãos de Frutal podem estabelecer um Comitê da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Frutal, que dará base legal e verba para as intervenções. Não é coisa do dia para a noite. Mas uma vez estabelecido o Comitê, fica muito mais fácil salvar o ribeirão Frutal a montante da confluência com o Vertente Grande. Essa seria uma ONG que teria uma repercussão social grande.

Veja as doenças veiculadas pela água poluída: AMEBÍASE, CÓLERA, DENGUE, DOENÇAS DIARRÉICAS AGUDAS, ESQUISTOSSOMOSE dos tipos Intestinal; Hepatoesplenomegalia, hipertensão portal com formação de varizes de esôfago; Hepatoesplênica descompensada, considerada uma das formas mais graves. Apresenta fígado volumoso ou contraído devido à fibrose, esplenomegalia, ascite, varizes de esôfago, hematêmase, anemia, desnutrição e hiperesplenismo; FILARIOSE; FEBRE TIFÓIDE; GIARDÍASE; HEPATITE A; LEPTOSPIROSE e POLOMIELITE.

É mais barato para o município evitar do que tratar os doentes. E muitas crianças e idosos morrem. Além disso agrotóxicos se acumulam com o tempo no tecido adiposo, mesmo com pequenas doses diárias e causam várias doenças no sistemas nervosos. Metais pesados como chumbo, zinco, cobre, cádmio e outros também são acumulativos no organismo, levando a doenças sérias e incuráveis, na maioria das vezes. Sem falar nas toxinas produzidas por algas microscópicas que se multiplicam na água por causa da entrada de fósforo e nitrogênio em excesso, vindos da fertilização química. Esta aí uma causa nobre.

Millôr Sabará

rf2015d

jarbinhas

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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