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A Nossa Segurança*

Segurança pública é um dos temas que costumo tratar
freqüentemente em minha coluna. Não raro, abordo um ou outro fato que nos chama a atenção e, principalmente, faço cobranças às nossas autoridades para que possamos ter um pouco mais de paz em Frutal. Porém, desta vez, não vou chamar a atenção da PM ou da PC, mas sim, de nós mesmos, frutalenses, moradores dessa pequena e pacata (não tão pacata assim) cidade. Tudo bem que temos ares de cidade de interior, com pouco mais de 50 mil habitantes e onde ainda impera um pouco daquela fama de que “todo mundo conhece todo mundo”.

Mas acho que a realidade não é mais bem assim. Como a criminalidade nas capitais e grandes cidades está sendo combatida com veemência, muitos criminosos passaram a mudar o foco de sua ação para as cidades do interior. E, parece que, aproveitando a “inocência” dos moradores de cidades menores, ficam sabendo da vida de qualquer pessoa com apenas algumas horas de conversa.

Digo isso, nesse momento, por causa do assalto ocorrido a um empresário na semana
passada. Conforme a entrevista de um dos assaltantes, teriam ouvido falar do empresário na rodoviária da cidade e, a partir daí, provavelmente
se aliaram à algum criminoso local para tentar  fazer um assalto que colocou em risco a vida não só
do empresário, mas de toda sua família. Ver em minha cidade bandidos fortemente armados e que desafiam a PM a balas,sem temer a conseqüência disso, é, de fato, muito preocupante.

Mas, mais preocupante é a forma como ficamos sabendo da vida de qualquer pessoa da  cidade com apenas alguns minutos de conversa. Esse é um posicionamento que deveria ser revisto por todos nós. Já que gostamos tanto de cobrar das autoridades ações para nos sentirmos mais seguros, nada mais justo do que também colaborarmos para um quadro de mais tranqüilidade. Isso é bom para nós mesmos, acreditem.

Já que cito o caso do assalto, não posso deixar aqui de parabenizar o excelente trabalho da PM frente ao fato. Assim que comunicados, os militares não pensaram duas vezes em enfrentar o perigo e colocar a mão nos assaltantes. Acompanhei de perto o trabalho dos policiais e é realmente gratificante ver que, na nossa cidade, temos policiais que estão dispostos a nos proteger, mesmo que seja preciso embrenhar-se no meio do mato durante a noite para prender os bandidos. Vi até mesmo policiais que estavam em horário de folga ir lá de arma em punho para auxiliar na perseguição.

Por isso, repito, sem medo de ser redundante: já que os policiais estão fazendo a parte deles, não custa nada, para nós, fazermos a nossa. E, quando algum indivíduo desconhecido, vindo de não sei onde, te abordar para perguntar sobre a vida de fulano ou ciclano, o melhor é não dar lado para esse tipo de assunto. Porque, a próxima vítima, mesmo sem saber, pode ser você. Ou alguém que você conheça e goste muito.

*Texto meu publicado em 22/09/2006. Ed.856 do Jornal Pontal do Triângulo

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação