Pai de Maria Fernanda não acredita que a morte da filha tenha sido intencional

O pai da criança Maria Fernanda falecida no dia 24 de Março em razão de severas queimaduras, Cacildo Carrijo Camargos, concedeu entrevista ao Jornal da 97 para relatar sobre os fatos durante e após o fatídico acontecimento. A gravação foi feita pelo jornalista Samir Alouan.

Ele conta que havia saído do trabalho por volta de 9 e meia da noite quando recebeu a ligação de sua cunhada e que em seguida se dirigiu para o Hospital Frei Gabriel. Logo saiu uma vaga para a criança ser transferida para São José do Rio Preto-SP e que ele o cunhado acompanharam a ambulância em carro próprio.

Por volta das 4 horas da manhã, em Rio Preto, foram informados de que só poderiam fazer visita às 11 horas. Por isso, retornaram a Frutal, mas logo receberam uma ligação de uma psicóloga do hospital que deseja conversar com a família.

Na sala de espera do hospital, vieram conversar a psicóloga e uma médica, que, apesar de tentarem amenizar a notícia, informaram o falecimento de Maria Fernanda devido a severa gravidade das queimaduras. Desde o acidente, ele não conseguiu ver mais a criança, somente por meio de fotos do celular da psicóloga.

Cacildo afirma que o relacionamento com a família da esposa (sogros e cunhados) era muito bom e que eles amavam muito Maria Fernanda, sendo que todos eram muito unidos. Por este motivo, ele que não ocorreu nenhum ritual macabro de macumbaria, mas sim, algo que deu errado.

“Minha sogra faz benzição; todos eles sempre acolheram meus filhos, levaram ao médico e adoravam minha filha e meu filho. Não penso que foi coisa de maldade. Ninguém pensou em matar; nada disso foi proposital ou premeditado. São pessoas de bem. Minha esposa dava a vida pelos filhos”, declara.

Cacildo adianta ainda que, desde o princípio, foi o primeiro a buscar a verdade sobre o que aconteceu naquele dia e que achou estranho o fato dos familiares dizerem que era um churrasco, já que sempre o convidaram para este tipo de confraternização. Porém, no primeiro momento, a prioridade era salvar a vida da criança.

Segundo ele, muitas pessoas têm feito julgamento e ameaças. Mas enfatiza que as investigações estão em andamento e que será apurada a responsabilidade de cada pessoa, esperando que a situação seja resolvida de uma vez.

“Eu não acreditava que tinha ocorrido desta forma, mas também não acredito que tenha sido propositalmente. Vamos aguardar as investigações e ver a responsabilidade que cada um vai ter no acontecido”, salienta.

Casado com Edilaine há 18 anos, Cacildo ressalta que tinha uma excelente convivência com a esposa e os familiares dela e que até pretende fazer visita a eles na delegacia de polícia.

Também relata que nunca presenciou nada do mal na casa da sogra e que Maria Fernanda gostava de participar dos trabalhos, a ponto de saber cantar os pontos da umbanda.

Em relação às condições de saúde da filha, Cacildo conta que a menina estava com algum problema e que chegou a levá-la por duas vezes em Rio Preto e outra em Barretos, mas não houve tempo para um diagnóstico do que estava sentindo.

O pai da garota declara ainda que não gostava de Bruno e que não sabia da presença do rapaz na casa da sogra e, caso soubesse, não teria permitido presença da criança na ocasião.

Ele comenta também que o caso teve uma repercussão nacional e que a mídia divulgou como se tivesse ocorrido um ritual macabro e, por esta razão, seus familiares vêm sofrendo ameaças diversas.

“A mídia colocou como se fosse algo satânico, mas não foi. Mas caberá agora a conclusão das investigações e responsabilizar cada um conforme a lei”, finaliza.

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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