Opinião: A prisão de Narcio e “o que você acha disso, Portari”?

Rodrigo UnisebFui interpelado por algumas pessoas durante o dia de hoje para comentar o fato da prisão do ex-deputado Narcio Rodrigues que pipocou em toda a mídia brasileira hoje. Possivelmente alguns querendo mesmo saber o que penso disso. Outros, com aquela vontade de “tirar uma casquinha” pelo fato de eu ter uma ligação histórica com Narcio. Sim, ele foi um dos melhores amigos do meu pai e uma das poucas pessoas que em momentos delicadíssimos de minha vida – no falecimento de meu pai e de minha mãe – que realmente se preocupou comigo e com meu irmão, dado a ligação quase familiar que temos. Então, para iniciar o texto, eu digo que lamentei sim, sua prisão. Lamentei da mesma forma que um sobrinho lamenta ver um tio ser detido, seja lá por qual motivo for. Esse é o sentimento do humano, da pessoa e de toda a história que se carrega junto com a nossa vivência. Esse sentimento de tristeza, que externo aqui, não compete a ninguém julgar. Pois, para uma mãe ou um pai, o filho sempre será filho, independente se tenha cometido um crime ou não. Para mim, Narcio sempre será visto como um tio, mesmo que isso não signifique que eu concorde com absolutamente tudo que ele diz, pensa ou faz.

Não compete a mim fazer defesas ou condenações nesse momento. O que se pode dizer é que cabe agora à Justiça decidir os rumos e destinos que essa história vai tomar. É claro que Narcio terá seu direito à defesa, de contradizer todas as acusações que lhe forem imputadas pelo Ministério Público. E competirá a um juiz entender quem está com a razão. Se for o MP, que os culpados paguem por isso, assim como qualquer pessoa que é detida deve pagar por seus erros. Se a razão estiver com a defesa, essa será reconhecida e possivelmente repercutida.

É fato que, independente do que se diga no momento, Narcio Rodrigues transformou a história de Frutal e região. Se colocou como principal político do último século – gostem ou não – com seus mandatos como parlamentar e pelos projetos colocados em prática: de asfalto a casas populares, de pontes e mata-burros à Universidade. Se, nessa caminhada dele, houve qualquer tipo de irregularidade, defendo a coerência: que se apure e se pague. Não será o primeiro. Não será o último. O importante, nesse momento, é que a Justiça seja feita. E que ela seja realmente cega. Pois, o julgamento “moral”, esse, já está sendo feito desde a parte da manhã de hoje.

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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