O que é Fake News?

Fake News. Termo que está na boca do povo e que é usado para qualquer coisa, ultimamente. Mesmo que não seja uma Fake News. Isso porque ainda há confusão sobre o que realmente essa expressão significa e quando utilizá-la.

Notícias falsas são, acima de tudo, fatos criados com intenção de confundir, manipular e, não raro, com cunho político. Um exemplo, já antigo, sobre notícia falsa no Brasil: o suposto caso de aparecimento de casos de Ebola no Amazonas. Uma mensagem, assinada por “uma enfermeira que não pode revelar o nome”, dizia que já havia até mortes pela doença. E, mais: “as autoridades vão esconder de você”. Pronto. Isso circulou tanto, mas tanto nas redes, que à época o Ministério da Saúde teve que emitir notas desmentindo algo que, na realidade, nunca existiu.

Isso é uma Fake News. Agora, há outros casos que não se podem enquadrar como Fake News. E exemplifico um bem recente: a imprensa de BH apontou que POSSIVELMENTE duas pessoas de Frutal teriam sido imunizadas com doses vencidas da vacina de COVID-19 fabricada pela AstraZeneca.

De onde surgiu a informação? Do Portal do Ministério da Saúde. De dados oficiais, colocados lá, onde mostravam essa situação. O que se tem então: uma informação de fonte oficial que foi divulgada em BH. Houve erro de apuração? Claro. Poderiam ter confirmado a situação (esse blog mesmo questionou a assessoria da Saúde em Frutal antes de publicar a informação).

Mas, era Fake News? Não! Tanto que a justificativa da Prefeitura foi de que se tratou de um “erro” de um funcionário na hora de “cadastrar no sistema do Ministério da Saúde”. E que tal sistema não permite alterações no cadastro.

Ou seja: houve um fato? Houve. Foi falso? Não. Houve erro de apuração? Houve. Era uma Fake News? Não. Havia algum fundamento? Sim, dados oficiais do Ministério. Tinha uma origem a informação noticiosa? Sim, uma empresa jornalística de BH. Foi explicada posteriormente? Sim. Poderiam ter evitado isso confirmando a informação com o Ministério ou a Prefeitura? Não há dúvidas! O que houve então: uma informação equivocada, provocada pelo “erro” no cadastro por parte da Prefeitura e amplificada pelo erro da reportagem em não perguntar antes para a Prefeitura.

Perceberam a diferença?

Bom final de semana a todos!

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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