Fui visitar Narcio Rodrigues e, acreditem, ele nunca esteve tão vivo!

Fui a BH para prestar provas na UEMG e meu faro de jornalista me aguçou… estava na Capital mineira onde mora o ex-deputado e ex-jornalista Narcio Rodrigues.

“Preciso saber como ele está”, me determinei.

Fui para Whatsapp e perguntei: “você pode me receber?”.

E ele, de pronto: “se não for para dar entrevista, com muito prazer”.

Chego domingo (dia 5/3) a tarde no seu apartamento no Gutierrez, coração de BH… ele esta no escritório da casa, trabalhando. Narcio Rodrigues está mais vivo do que nunca. Desenvolvendo projetos, como consultor, para a área de combate ao câncer, defende a importância da educação emocional para melhorar a qualidade do ensino brasileiro, quer ver lousas inteligentes em todas salas de aulas e alunos com tablets para estudar. Continua sendo uma “fábrica de ideias”.

“Pensei que o projeto do PT era só me destruir”, comenta rindo. “Hoje eu vejo que vai muito além disso. Fecharam o Hidroex, acabaram com a Cidade das Aguas e abandonaram a UEMG. Está claro que o objetivo é acabar com Frutal. Deixamos um plano pronto para a UEMG ter 12 cursos em 2015. Continua com os mesmos sete do início. Mas a cidade aceita. Aceita tudo… ate ver roubados todos seus sonhos”, desabafa ele, na primeira arrancada da conversa.

Narcio abre o tablet e mostra seu trabalho de marketing, os posts que faz para seus amigos e desliza a mão mostrando pinturas que tem feito em uma nova vertente de sua criatividade.

“Não estou com saudades de Frutal e nem da política. Sinto saudades da fazenda, do Chatão, da mamãe, dos meus irmãos, dos parentes, dos amigos”…

Aí eu pergunto: “quando você vai romper o silêncio e falar?”

Ele se cala e esboça um sorriso… solta a primeira frase de efeito: “a verdade não é filha da pressa”… para ele, “o silêncio é um grande exercício de paciência e de  revelação”.

Por fim é enfático: “quem está na obrigação de falar é a Justiça. Me acusaram de tudo… de tanta coisa… que só me cabe esperar… eles têm que provar que é verdade o que disseram. Vou falar quando eles provarem… ou seja, talvez eu nunca tenha o que falar…Se Eu tivesse perdido e Frutal tivesse ganhado, mas que nada… a cidade está perdendo tudo”

Narcio olha para o vazio… parece estar vendo algo. E destramela, sóbrio:

“Meu negócio é criar. Tem gente que acha que eu acabei e que estou morto… mas eu renasço a toda hora, nos poemas, na pintura, no marketing, em mim… Deus mora dentro de mim. Eu sou muito abençoado. A verdade virá montada no cavalo branco do tempo”.

De repente, ele para, se propõe abrir um vinho e diz: “vamos mudar o rumo da prosa?” E sorri, bem vasto…

Seu silêncio parece um túmulo, mas sua força interior continua viva e, o melhor, extremamente ativa.

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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