Descendentes de escravos pertencentes à comunidade Quilombola em Frutal são vacinados contra a Covid

Por Assessoria de Comunicação da SMS

Moradores que fazem parte da comunidade Quilombola de Frutal receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19 na manhã desta quarta-feira (31), na Unidade Básica de Saúde “Sandoval Henrique de Sá” (Centro). As famílias residem na região da Quineira, a oito quilômetros da Água Santa e são reconhecidas desde 2015 como remanescentes de escravos pela Fundação Cultural Palmares.
Segundo a coordenadora da Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Patrícia Xavier Silva Barbosa, cerca de 50 moradores receberam a primeira dose do imunizante AstraZeneca e deverão retornar em junho deste ano à Unidade para receberem a segunda dose.

Ela esclarece que a comunidade foi imunizada porque além de ser registrada e reconhecida nacionalmente, ela faz parte do grupo prioritário definido pelo Governo do Estado. “Visando transparência, solicitamos aos moradores a documentação pessoal, Cartão de Vacina, a certificação de quilombola e a confirmação de sua participação nas atas de reuniões da comunidade informada por meio do Sindicato dos Trabalhadores”, destaca.

Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Frutal e Comendador Gomes, Marcileia Alves Ferreira, a vacinação das famílias que trazem consigo um passado histórico através de seus antepassados, representa um momento de alegria e gratidão. “Em nome deste povo tradicional, agradeço os gestores públicos por viabilizarem essa vacina e à Secretaria Municipal de Saúde pela organização e responsabilidade na aplicação das doses”, elogia.

A descendente de quilombola, Silvânia Ferreira da Silva, 46 anos, diz que ficou feliz ao ser comunicada que seria a próxima a ser imunizada. “Perdi uma irmã para esta doença terrível e agora vou me sentir um pouco mais segura com essa vacina”, afirma.
Para Divaldo Antônio da Silva, 47 anos, também pertencente à comunidade quilombola, a vacinação é uma nova esperança de vida. Para quem ainda não foi imunizado, ele aproveita para dar um importante recado: “Infelizmente têm muitas pessoas que não acreditam, eu só peço que se cuidem, não se arrisquem porque essa pandemia está causando dor e muitas perdas”.

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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