Ainda o ISPA: recurso em BH, depredação e a Ação Civil do MP
Duas fontes distintas me disseram que enquanto brigamos aqui pela não demolição do ISPA, que só não aconteceu por força de liminar, advogados agem em Belo Horizonte para tentar derrubar a decisão que impede que as máquinas coloquem o ISPA abaixo…
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A situação é preocupante e gostaria muito que isso não ocorresse. Além do mais, a proposta de se criar um memorial com fotos do local é, no mínimo, absurda! Então vamos derrubar as pirâmides do Egito, o Centro Histórico de Ouro Preto ou o Museu do Louvre e vamos colocar fotos no lugar. E daqui uns dias a gente pega as fotos e joga num porão…
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A pergunta que me faço é: a quem interessa a demolição? Será que os interesses econômicos estão acima da vontade da comunidade? Vamos apagar a nossa história dia após dia, como aconteceu com o Casarão do Marcondes? Com o prédio da ARF? Com o Coreto da Praça da Matriz? Sim, essas são apenas algumas das raridades que hoje só conhecemos por fotos.
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Outra pergunta: se o Conselho Municipal de Patrimônio Histórico, que é o órgão máximo da cidade, já aprovou em assembleia que o prédio deve ser preservado, por que contrariar a vontade da comunidade?
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Tive acesso à Ação Civil Pública proposta pelo MP. Nela, Terezinha Lamounier traduz, em concisas palavras, a excitação e a importância sociocultural e política daquele período embrionário da educação frutalense: “a instalação de um ginásio, em Frutal, era um sonho e uma necessidade premente”. “O início foi promissor. A escola foi altamente procurada e bem equipada para fazer do sonho uma legítima realidade”. O imóvel guarda a memória da luta dos frutalenses por uma educação de qualidade, do engajamento dos estudantes locais na busca por seus direitos. O local, sem dúvida, é símbolo do anseio popular por formação e conhecimento, representando o estágio de desenvolvimento e de civilização dos frutalenses”, diz na ação
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Outro trecho da ação atenta para essa situação:
Indubitável que a edificação em exame é um dos exemplos do salto de desenvolvimento socioeconômico e humano da comunidade local já no início da emancipação da cidade, transformando o Município de Frutal em um polo político e econômico da região do Pontal do Triângulo Mineiro. O prédio histórico, hoje, está exposto ao risco de ser destruído e transformado em ruínas, embaraçando-se nos obstáculos do tempo e do espaço, fomentando o desapego da comunidade aos valores do passado e aos objetivos do futuro. Constatou-se, ainda, que o imóvel encontra-se fechado e abandonado desde o ano de 2007″.
E o promotor destaca que a área existente lá é grande e suficiente para construir as torres sem destruir a história da cidade: “Insta salientar que a edificação está localizada em lote que ocupa toda a quadra, delimitada pela Avenida 13 de maio, Rua Augusto de Lima, Avenida Casemiro de Abreu e Rua Tobias Barreto. O prédio está implantado na parte central do lote, com área densamente arborizada na parte frontal, com vistas da Rua Tobias Barreto. A edificação térrea desenvolve-se em torno do pátio interno, com cobertura parcial”.
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Agora, o que me preocupa também é o fato de que algumas pessoas, constantemente, têm invadido o prédio para depredar. Seria atos de vandalismo ou seria um vandalismo encomendado por alguém com interesse em depredar o local por algum interesse particular? É outra dúvida que me paira na cabeça…
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Sei que estou numa luta “pesada” ao lado de muita gente da cidade e do MP pela preservação do ISPA. Sei que às vezes os leitores já podem estar cansados de postagens sobre esse assunto. Mas sei que faço com a minha consciência limpa e tranquila. Afinal de contas, só estou lutando por um bem comum à minha cidade, e não estou sendo movido por nenhum interesse econômico, financeiro ou de status.
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Assine o abaixo-assinado contra a demolição do ISPA:
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=ISPA2013
Em menos de 24 horas, já são 112 assinaturas.
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