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Ter ou não ter carnaval? Uma opinião

As redes sociais e a cidade começam a se deparar com uma questão agora: ter ou não ter carnaval em Frutal nesse ano de 2015? Isso tudo por conta dos 5 meses de subvenções atrasados para as entidades da cidade, como Casa da Criança, Asilo Pio XII, APAE, Pequeninos de Jesus, entre tantas outras entidades que prestam um serviço imenso à comunidade frutalense.

O município, ao que parece, está com as contas extremamente comprometidas. Dos 9 meses de repasses que deveriam ser feitos em 2014, foram feitos apenas 4. O resultado? As entidades estão totalmente quebradas financeiramente, lutando para manter suas atividades. E aí, deparamo-nos com a questão que foi levantada inicialmente pelo vereador Bruno Augusto em dezembro do ano passado: já que não temos dinheiro para as entidades, vamos cancelar o carnaval e repassar os recursos para que as contas delas possam ser quitadas e o serviço não ficar comprometido.

Nesse cenário, estão surgindo as mais diversas opiniões. E vou dar a minha a partir desse ponto do texto. O atraso nas subvenções de fato é um problema muito grande. Se o Asilo Pio XII e as creches da cidade, assim como a APAE, resolverem fechar as portas, caberá ao município assumir essa responsabilidade social de idosos, crianças e portadores de necessidades especiais. Sim, a cidade e o prefeito vão ter que se virar nos 30 para alojar todas essas pessoas, já que não podemos simplesmente jogá-las no meio da rua e deixá-las à sua própria sorte. Nesse ponto tenho certeza que o promotor Renato Teixeira, curador do Patrimônio Público, já está prontinho para agir caso aconteça o pior e as entidades paralisem tudo.

Por outro lado, a subvenção é uma verba já programada no orçamento do município, que é discutido na Câmara de Vereadores e aprovado como despesa a ser realizada para o ano seguinte. O atraso nas subvenções sugere uma má administração dos recursos públicos em um ano em que a cidade bateu recordes de arrecadação: fechamos 2014 com R$110 milhões de orçamento, um número nunca alcançado na história da cidade. Se bem que, nesse ponto, a cidade teve um déficit de R$4 milhões para limpar a lambança da anulação do concurso público, o que pode ter prejudicado o orçamento e a execução do mesmo.

A solução estaria em cancelar o carnaval? Não sei. Há um passivo para isso tudo. A começar pelo comércio frutalense que, queiram ou não, faturam um pouco mais durante os festejos de Momo. São roupas, acessórios, espumas, brinquedos, cerveja, refrigerante, água e uma série de outros produtos que aumentam o consumo ao longo dos 5 dias de festa. O prejuízo para o comerciante vai acontecer, sem dúvida. Só não sei em qual proporção.

Há o prejuízo social também. Muitas pessoas não têm condições de viajar para cidades da região para curtir o carnaval e só tem a festa em Frutal, por mais decaída que esteja, como opção de lazer para os 5 dias de feriado prolongado. Para os jovens que têm carro e condições financeiras de viajar, não ter o carnaval significa forçá-los a enfrentar rodovias perigosas e cheias de buraco em busca de diversão. E muitos deles ainda arriscam ir e voltar na mesma noite, muitas vezes, alcoolizados, potencializando ainda mais o risco de mortes de frutalenses nas rodovias nesse período.

A situação chegou a um ponto que qualquer decisão que a prefeitura tome, será contestada ou impopular. Se tiver carnaval, será criticado. Se não tiver, vai ser criticado também. O que precisamos, nesse momento, é que Mauri e Frontino coloquem em prática a capacidade de administradores que todos sabemos que ambos têm. Busquem soluções financeiras para cobrir o que está atrasado e garantir o pagamento da subvenção em 2015. Da mesma forma, encontrem uma solução econômica para o carnaval para que a festa aconteça.

Se ficarmos sem carnaval, não vai ser novidade. O ex-prefeito Zanto, em seu último ano de mandato, não realizou a festa. De qualquer forma, a situação está colocada. A solução, sem dúvida nenhuma, não vai ser fácil. Aguardemos!

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rf2015

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jarbinhas

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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