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Eleições em Frutal: uma pequena retrospectiva histórica

Estamos às portas de mais uma eleição municipal e, como é de praxe nesse período, muitas conversas, boatos e até mesmo panfletos anônimos costumam incendiar as paixões políticas. Como o cenário político em Frutal ainda está indefinido, com um grande número de pré-candidatos procurando seu espaço junto à população, resolvi fazer uma breve retomada histórica das eleições municipais de 1992 até 2008, pontuando questões chaves que perpassaram pelas discussões de cada momento. Para isso, recorri a meu pequeno acerco de jornais, que tem exemplares de 1970 a 2010 arquivados em minha casa, num trabalho que levou alguns dias e me tomou horas para ler, calmamente, o que foi publicado à época de cada eleição. Espero que esse breve resumo possa ser importante para entendermos, historicamente, como chegamos até esse ano de 2012.

1992 – NEM CELSO, NEM ALCEU!

A eleição em 1992 foi interessante. A disputa era para saber quem sucederia o prefeito Alceu Queiroz, que vinha de longa tradição política. A cidade se dividia em dois grupos: um liderado por Alceu, outro liderado pelo seu principal concorrente, Celso Brito. Começando a disputa como “azarões”, surgiu a dupla Toninho Heitor e Zanto, prefeito e vice-prefeito, respectivamente. Com o lema “nem Celso, nem Alceu”, propunham uma nova forma de administrar os rumos de Frutal. Ao fechar as urnas, Toninho venceu as eleições e marcou fim à era política de seus antecessores.

1996 – Zanto deixa cargo de deputado para ser prefeito

Um ano particularmente interessante, que marcou o rompimento da dupla Toninho e Zanto. Em 1994, Zanto foi eleito deputado estadual após uma grande mobilização regional. Porém, entrou para os anais da ALMG como o deputado mais faltoso de sua história e, contrariando um documento que ele mesmo havia assinado se comprometendo a ir até o final de seu mandato, mandou a região às favas e se candidatou a prefeito, tendo Nivaldo Pacheco como vice. A chapa concorrente principal era a dobradinha Ronaldo Jonas e Romero Brito. Zanto saiu vitorioso nas eleições, mas viu a parceria com Toninho Heitor ir por água abaixo.

2000 – O “Troco”

Uma vez rompidos, Toninho e Zanto disputaram a eleição municipal. Zanto já era considerado o quinto pior prefeito do Brasil, numa época em que a Câmara parou de receber duodécimos e o funcionalismo público viu seu salário atrasado por vários meses. Enfim, um caos financeiro rodeava os cofres públicos de Frutal. Zanto ainda se licenciou por três meses ao disputar a reeleição, deixando a prefeitura para Nivaldo. Não adiantou e acabou sendo derrotado nas urnas. A disputa Toninho x Zanto só serviu para comprovar o rompimento da dupla. Nessa eleição, Toninho contou o apoio de Narcio em seu palanque.

2004 – Ciça vence a eleição

A pedido de Narcio, Toninho não se candidatou à reeleição. Deixou a disputa e três nomes surgiram para o processo: Ciça, apoiada por Zanto e seu grupo; Ésio, que surgiu como força política independente após sua gestão como presidente da Câmara; e Ronaldo Jonas, apoiado pelo grupo de Narcio. O resultado foi a vitória de Ciça nos palanques.

2008 – A Eleição da União Política

Última eleição municipal marcada pela histórica união de grupos rivais: Narcio e Ciça no palanque, tendo como adversários Ésio do Santos e Dr. Lúcio. Ciça vinha de um primeiro mandato que cativou os frutalenses e a união com Narcio consolidou sua vitória sobre Ésio. Ciça foi eleita tendo como vice-prefeito Jair Heitor, do PSDB. Atualmente Jair é um dos críticos ao mandato de Ciça, afirmando não concordar com decisões político-administrativas tomadas no decorrer dos anos, especialmente no que tange à gestão da saúde e do Hospital Frei Gabriel.

2012 – Muito a ser definido para pouco tempo

O ano ainda está indefinido, mas algumas forças já se aliam: Ciça quer dar sequência à permanência de seu grupo e seu apoio muito provavelmente será para o pré-candidato Mauri Alves. Ésio conseguiu reverter decisões desfavoráveis a seu nome na justiça e está apto a concorrer, pela terceira vez, a prefeito. Toninho Heitor tem adotado uma postura firma de pré-candidato, fazendo questão de reafirmar seu distanciamento total do grupo de Zanto e Ciça. Pelo PSDB, surge os pré-candidatos Frontino Santana e Zé Neto. Além deles, Pastor Elimar, Lino e o vereador Edgard Mendonça também colocaram seus nomes à disposição. Todos, com exceção de Mauri, já se manifestaram declaradamente como oposição a atual administração.

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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