Fala, Portari

Voltar ou não às aulas presenciais? Eis o dilema que agora pais de Frutal devem decidir a partir das consultas enviadas via Internet para eles. Resolução da Secretaria de Educação aponta que o município pretende retornar com o modelo híbrido, tal como tem ocorrido no estado de São Paulo, por exemplo, e compete ao pai declarar que vai ou não mandar seu filho para sala de aula.

Num momento em que o cenário ainda é preocupante, mesmo com estatísticas dizendo que os índices de complicações graves da COVID-19 em criança são baixos, é interessante notar que a doença nunca é “grave” quando ela acontece na casa do vizinho. Pergunte aos pais das crianças que tiveram problemas com a COVID se gostariam de ver outras crianças passando por aquilo que seus filhos passaram?

Outro ponto que merece discussão é o fato da vacinação. Os professores e trabalhadores da educação foram imunizados com a primeira dose há cerca de 10 dias. Por mais que o retorno possa ocorrer apenas em agosto, e portanto, mais de 15 dias após a vacinação, a eficácia das vacinas só são garantidas após a segunda dose. E, no mais a mais, crianças e adolescentes retornarão sem qualquer proteção de imunizante, tendo que contar apenas com a “disciplina” de usar a máscara e ficar passando álcool em gel nas mãos.

Sei que o ensino presencial, certamente, é bem mais eficaz no processo ensino-aprendizagem e sei que o ensino remoto é estressante e cansativo para pais, alunos e professores. Só acredito que, enquanto pai e professor, as coisas devem ser feitas com calma. Para que não tenhamos, no futuro, que contabilizar crianças adoecidas por estarem horas a fio em ambientes fechados – e às vezes mal ventilados – em razão desse retorno.

Não há como não ser temerário nesse momento.

Bom final de semana.

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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