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E as músicas de carnaval?

Que as músicas de carnaval, há tempos, deixaram de ser as tradicionais marchinhas, todo mundo sabe. Mas o que tem me deixado espantado é o grande número de letras que, juntas com a coreografia, simulam e estimulam o ato sexual. O que é o pior é ver uma enormidade de crianças de 5 a 12 anos dançando essas coreografias e muitos pais e parentes aplaudindo.

Nessa semana passamos pela Festa do Momo. Confesso que eu mesmo não acompanhei muito de perto o que aconteceu nos festejos. Mas a única hora em que me dispus a ir até ao carnaval da cidade para levar minha filha, fiquei assustado com essa situação relatada no parágrafo anterior. O que é pior é ver a forma como essas crianças são incentivadas a se “oferecer” por meio das músicas.

Não sou especialista no assunto, mas como pai, posso dizer ter ficado de consciência tranquila por não ter levado minha filha para assistir essa exacerbação da sexualidade que é precocemente inserida no contexto da juventude de hoje em dia. E felizmente minha filha, de 5 anos, após ouvir cinco vezes a tal da música do “Lepo Lepo” e umas outras três vezes a “Vai No Cavalinho”, tudo isso em menos de 1 hora, virou para mim e disse: “Pai, não aguento mais essas músicas na minha cabeça”. Cerca de 10 minutos depois, brincando com uma espuma que comprei para ela em uma das barracas montadas no Parque de Exposições, ela vira para mim e diz: “Pai, vamos embora?”.

Depois dessas duas indagações, quem sou eu para discutir com ela? Sei que a culpa não é da Prefeitura ou dos organizadores da festa. Na verdade, nem sei se há culpados para isso. E os principais responsáveis por essas músicas fazerem tanto sucesso são as pessoas que repetem e repetem esses refrãos e, ainda por cima, estimulam crianças e adolescentes a se exibirem nessas coreografias de deixar muito adulto de cabelo em pé.

Para encerrar, quero deixar claro aqui que não sou tão conservador quanto se parece ou mesmo “moralista” da forma como pode parecer. Mas que assusta ver no que está se transformando o carnaval, assusta. E só me resta esperar é que, nos próximos anos, uma reviravolta aconteça e as músicas e a brincadeira de carnaval voltem a ser menos “sexuais”.
Um abraço a todos e até a semana que vem!

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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