Fala, Portari

Ao longo das últimas décadas, na escola, na mídia, nas redes, nos filmes hollywoodianos, sempre nos foi vendida a imagem de que os EUA são o grande guardião da democracia. 

(Em tempo e antes de prosseguir: não estou acatando essa ideia, apenas constatando aquilo que é vendido para o resto do mundo.)

Visto como um país onde a liberdade econômica e política prevalecem, os EUA nunca se intimidaram em ameaçar países onde o povo insurge contra algum resultado de eleições. Mas, o que vimos nessa última semana, coloca abaixo muito dessa “áurea” criada em torno dos estadunidenses e de todo seu poderio mundial.

Ver o Capitólio – palco de tantos filmes que exaltam o Congresso e o Presidente dos EUA – ser invadido por manifestantes que recusam o resultado das urnas nos fez, como bem disse Bush, lembrar da “República das Bananas”, apelido pouco carinhoso pelo qual nós somos conhecidos no mundo.

O que mais me preocupa nessa história toda é o fato de uma parcela de brasileiros sempre querer copiar o que rola por lá. E me preocupa mais ainda saber que ano que vem temos eleições presidenciais e, sabe-se lá qual será o resultado, termos atitudes parecidas com essa, seja de um lado ou de outro.

A invasão ao Capitólio resultou em pelo menos quatro mortes. Até no momento em que escrevo esse texto, sem grande polêmica, afinal, a polícia estava cumprindo o papel de proteger o símbolo máximo da política deles. Mas, temo que, no Brasil, uma invasão dessa no Congresso seja seguida de muito mais mortes e agressões.

Espero que as cenas vistas no Capitólio sirvam de lição para nós: que não façamos como eles. Que, em 2022, tenhanmos pelo menos o bom senso de aceitar o resultado das urnas. Seja para um lado, ou para outro.

Um bom final de semana a todos!

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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