Dória x Bolsonaro: a guerra da vacina
A guerra da vacina. Talvez assim possamos definir o que estamos acompanhando em nível nacional no confronto entre Bolsonaro e o governador de SP, João Dória. De um lado, o presidente da República já se posicionou de certa forma contrário à vacinação obrigatória, depois contrário ao início rápido da vacinação, dizendo que só em março começaria a pensar nisso.
Do outro lado, Dória, valendo-se da Coronavac produzida no Butantã, anunciou que em 25 de janeiro daria início à vacinação no estado de SP. Foi o suficiente para alimentar a mídia jornalística nos últimos dias e até mesmo uma reunião entre governadores e o presidente ocorrer.
Nessa narrativa, os governadores pró-Bolsonaro saíram em ataques na mídia contra Dória. Os que apóiam Dória, ficaram calados mas, segundo o governador, o procuraram interessados em comprar a Coronavac o mais rápido possível. E o resultado disso tudo?
Primeiro o Ministério da Saúde falou em vacinação em março. Depois em fevereiro. Agora já admite em janeiro.
Dória vende a sua imagem de “voz” da vacina no Brasil. Está construindo uma narrativa de “razão científica” em oposição a Bolsonaro e seus discursos que costumam ser mais na base da emoção.
Para alguns amigos, eu comentei que Dória está fazendo o dever de casa e se projetando para as eleições de 2022. Muitos me criticaram. Outros acharam que eu já manifestei apoio a Dória. Mas, na verdade, tudo que falei – e escrevi até aqui – é puramente no plano da análise do posicionamento de João Dória e Bolsonaro.
Quem vai ganhar essa queda de braço? Não sei. Só espero que nós, meros mortais que precisamos da vacina, não sejamos (mais) prejudicados com tudo isso. É esperar para ver. Então. Aguardemos!
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