Etc&Tal 01/07/1999

Quinta-feira, 1º de julho. Aniversário de minha amiga Wilma Catuta, Dia do Hospital, aniversário (foi num 1º de julho que Toninho Heitor iniciou a obra) do começo da terraplenagem da construção do Hospital Frei Gabriel… No silêncio da redação – há muito tempo eu não trabalhava após as 21 horas – algo ecoa em meu íntimo: 1º de julho… dez anos da perda de um dos homens que mais amei em minha vida: meu pai, Roque Portari.

Fiquei imaginando nas coincidências do destino. Por ironia dele – ou será que teria sido eu quem direcionou as coisas neste sentido? – neste 1º de julho, o PONTAL DO TRIÂNGULO completa nove anos de circulação ininterrupta. Essas 460 edições, que somam 10.120 páginas, com certeza têm auxiliado – e muito – na construção da história, não só de Frutal, mas do Pontal do Triângulo Mineiro.

Somadas as horas que trabalhamos, somados os problemas que enfrentamos, as angústias acumuladas, as alegrias, vitórias e derrotas; o crescimento e a crise, a recuperação (quase) das cinzas e a chegada a um estágio de credibilidade que, segundo o Instituto Holmes, nenhum dos outros jornais de Frutal conseguiu alcançar, depois do jornal esquema, fica a certeza de que valeu a pena.

Valeu a pena enfrentar a cara feia dos que contrariamos, a alegria de gente simples que beneficiamos, o sorriso de crianças que se viram estampadas em nossas páginas sociais, as reflexões de nossos colaboradores. Valeu a pena até mesmo a tristeza de concluir que nossas maiores decepções foram causadas justamente pelos nossos companheiros de jornalismo. Enquanto tantas profissões se fecham num corporativismo radical, nossa classe vive procurando uma forma de se desunir cada vez mais.

Mas, o momento é de festa e agradecimento. Agradecer aos amigos que tanto contribuíram para a força deste jornal. Os colaboradores como Jesus Souza e Silva, Jesus Rodrigues da Silveira, Toninho Heitor, Fábio Ribeiro de Ávila, Eurico Medeiros e tantos outros. Agradecer a Lília, pelas horas e horas de renúncia da minha presença; de aceitação resignada de minha ausência, e pelo companheirismo na administração do jornal. Agradecer ao Pedrinho, força oculta e discreta que nos dá combustível para continuarmos, aos nossos companheiros Cleiton, Claiton, Célia Marques, Nice Albuquerque, Wanslívia, Ana Paula, Cassian, Alex Freitas, Marco Aurélio Batista, Everson da Silva, Eurípedes França, Renato Magalhães; aos concorrentes, aos amigos e aos inimigos.

E deixar um espaço especial para meus filhos Serginho e Rodrigo que, aos 21 e 16 anos, me têm dado lições que, muitas vezes, nem pessoas mais velhas têm capacidade.

Para encerrar a coluna, gostaria de destacar o bilhete que recebi de nosso “Ombudsman”, E. Von Kobal, que, de passagem pela redação, não me encontrou, mas me deixou emocionado com sua homenagem:

“São Paulo, 1º de julho de 1999

“Caríssimo Portari

“Hoje nosso “Pontal do Triângulo” está apagando nove velinhas ao editar seu número 460. São três mil duzentos e vinte dias acompanhando os fatos acontecidos na região, no Estado, e no Brasil (até mesmo no exterior) para manter os leitoes bem informados.

“Perseverança é isso aí, campeão. A você os louros de suas vitórias, suadas por certo, sofridas sem dúvida, fatigantes inevitavelmente, compartilhadas por Lilia, pelos filhos, pelos colaboradores e pelos companheiros dessa luta meritória e idealista.

Parabéns!Parabéns!Parabéns!”.

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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