Bruno aciona MPF por irregularidades na distribuição de casas populares em Frutal

Desde 2014 o vereador Bruno Augusto tem travado uma luta contra as irregularidades na distribuição de casas populares em Frutal. Naquele ano, ele acionou a Polícia Federal e denunciou diversos acontecimentos, entre residências vendidas, alugadas e apadrinhamentos políticos.

Recentemente, um áudio que circula nas redes sociais trouxe ao conhecimento da sociedade mais uma provável irregularidade. Durante 2 minutos e 10 segundos, o servidor público Diego Barbosa Mendes, mais conhecido como “Mulatinha”, conta como foi contemplado com uma casa. Segundo ele, a residência seria para outra pessoa, porém, com algumas influências, ele conseguiu a residência do programa “Minha Casa, Minha Vida”. No áudio ele também cita o nome da mulher que seria a beneficiada com o imóvel.

Em um dos trechos, “Mulatinha”, cujo o cargo é vigia, mas no momento exerce a função de “Oficial Executivo” sendo o responsável pelo Setor de Ambulância, relatou que, ao saber da visita da assistente social, tomou a seguinte iniciativa: “minha mãe foi e bagunçou a casa inteirinha, pra ela vim, derrubou os trem, que tava ruim de comida em casa, que tava passando pindaíba”. Essa atitude, segundo o vereador Bruno, foi com o intuito de sensibilizar as responsáveis pela triagem. No mesmo áudio, Diego conta que, na época, teve a ajuda de um vereador, mas que não votou nele e sim em outro candidato, pois ganhou 200 reais.

Diante dessa situação grave, envolvendo um servidor público e que ocupa cargo de confiança do Executivo, o vereador Bruno Augusto expediu representação ao Ministério Público Federal. Endereçada aos promotores Dr. Thales Messias Pires Cardoso e Dr. Felipe Augusto de Barros Carvalho Pinto, o parlamentar solicitou apuração urgente dos fatos, que é uma afronta às muitas famílias de Frutal.

“Em nosso município temos mães que aguardam há vários anos serem beneficiadas com a casa própria, mas, infelizmente, acontecimentos assim retratam a realidade nos bastidores. Mostram que os interesses próprios de alguns falam mais alto, que existem pessoas com capacidade de mentir para serem contempladas e, com isso, tiram a casa de uma família que realmente precisa,” disse Bruno.

Em 2015, o vereador Bruno Augusto fez um projeto de Lei onde criava o Conselho Popular de Habitação, CPH. A ideia era que a triagem e distribuição fossem acompanhadas por um conselho independente, composto por clubes de serviços, comerciantes, lideranças religiosas, Ministério Público e Polícia. Na opinião do vereador, isso iria garantir transparência e justiça neste processo. Infelizmente o projeto não teve apoio e foi então engavetado.

Sobre o áudio com o relato do servidor, Bruno garantiu que vai lutar por justiça. Ele disse que o correto é que a casa seja devolvida à mulher lesada, que é a verdadeira dona da residência. Bruno destacou também que já solicitou uma audiência com os promotores e que irá pessoalmente ao Ministério Público Federal reforçar a denúncia e cobrar providências.

Ao finalizar, o vereador desabafou dizendo: “Minha mãe varreu rua por mais de 20 anos. Nós nunca tivemos uma casa própria. Sei muito bem como é a dificuldade de levar comida pra mesa, pagar aluguel, água, luz. Tirar a casa de uma família necessitada é, na minha opinião, a maior das covardias. Por isso, vou fazer o impossível pra não deixar a impunidade prevalecer neste lamentável ocorrido”.

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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