Júri absolve irmãos acusados de homicídio ocorrido em 2007

O Tribunal do Júri de Frutal absolveu nesta semana Paulo Sérgio Juliano e Ademar Juliano, que eram acusados do homicídio de Wilson José de Andrade, morto em setembro de 2007 após uma discussão ocorrida no povoado de Pradolândia. Ao longo dos últimos 10 anos o caso esteve nas mãos do Poder Judiciário frutalense que, finalmente, levou os acusados a júri popular no dia 5 deste mês.

Após as falas do Ministério Público e dos advogados de defesa, Renato Furtado (que defendeu Paulo Sérgio) e Reinaldo Queiroz (defensor público que atuou na defesa de Ademar), os jurados entenderam que ambos não seriam culpados pela morte de Wilson e, assim, saíram absolvidos do Fórum.

Conforme o advogado Renato Furtado, que acompanha o caso desde 2007, para se chegar ao veredicto foi um trabalho longo de acúmulo de provas durante uma década, mas que, finalmente, a justiça foi feita. “O resultado foi colhido pelo nosso trabalho e pelo trabalho do defensor Reinaldo Queiroz. A acusação foi transformada em lesão corporal e o crime já estaria prescrito, o que culminou com a absolvição. Realmente há uma incógnita sobre as agressões que teriam ocorrido contra Wilson e assim os jurados entenderam por absolver o Paulo Sérgio e o Ademar”, explicou.

De acordo com Renato Furtado, havia uma animosidade entre Wilson (vítima) e Ademar, que eram cunhados. No dia dos fatos, Wilson teriam ido na casa dos pais de Ademar. Houve uma tentativa de defender os idosos, que culminou nas agressões e infelizmente resultou em sua morte. “Wilson tinha um problema de dupla personalidade quando ele ingeria bebida alcoólica. Em seu histórico havia uma série de problemas para a família, como, por exemplo, chegou a dar um golpe de pá na cabeça do próprio pai, tentou incendiar a casa de Ademar e ainda quebrar o carro de Ademar. Tudo isso fruto do excesso de bebida alcoólica”, acrescentou Renato Furtado.

Para o defensor Reinaldo Queiroz, o resultado foi justo, principalmente porque os jurados entenderam a negativa de autoria de seu cliente, Ademar, que não teria participado das agressões que culminaram com a morte de Wilson. “Tivemos coragem de trazer em plenário o Ademar, que mesmo sabendo de sua inocência, tinha um mandado de prisão em aberto contra ele concedido pela ministra Carmem Lúcia, presidente do Supremo. Ele iria pagar por algo que não devia e estamos felizes por demonstrar isso. Foi um trabalho árduo, com muito fôlego, para chegar a esse resultado. Isso me motiva a continuar na jornada em trabalhar pela aplicação da verdadeira justiça”, finalizou.

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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