Operação da PF prende policiais rodoviários no Triângulo Mineiro

Uma operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira resultou na prisão de 15 policiais rodoviários federais e quatro empresários na Região do Triângulo Mineiro. A operação ocorreu nas cidades de Uberlândia, Araguari, Monte Alegre, Canápolis, Itumbiara, Centralina e Delfinópolis .

Segundo a corporação, os policiais presos são suspeitos de praticarem corrupção nas rodovias federais que dão acesso à Uberlândia. As investigações constataram que os agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) cobravam propina de motoristas com veículos em condições irregulares para liberar a passagem por blitzes sem a aplicação de multas ou sanções administrativas.

Os empresários e comerciantes, por sua vez, foram presos suspeitos de obter vantagens junto aos policiais no atendimento de ocorrências e acidentes, além da participação nos lucros das propinas. A operação também cumpre 33 mandados de busca e apreensão nos municípios.

Conforme a PF, o inquérito foi aberto ainda em 2016. Durante as investigações, a Controladoria-Geral da União (CGU) participou da análise das movimentações financeiras e evoluções patrimoniais dos envolvidos, além de fornecer os levantamentos de indicios de corrupção administrativa.

Os presos foram encaminhados por cerca de 200 agentes da corporação e da PRF à Delegacia da Polícia Federal em Uberlândia e serão indiciados, segundo a corporação, pelos crimes de corrupção passiva e associação criminosa, podendo cumprir pena de até 15 anos de prisão.

O grupo de policiais que atuava nas BRs 153, 050 e 365, que dão acesso aos municípios de Uberlândia, Monte Alegre e Araguari, escolhiam os pátios de recolhimento para onde os veículos apreendidos eram levados. “Eles tinham um esquema com proprietários de pátios para que os veículos de grande porte, que rendem mais dinheiro na apreensão, fossem levados para esses locais,” afirmou o delegado.

Ainda segundo o delegado, outro crime cometido pelos PRFs com empresários da região era o recebimento de propina para liberar veículos que trafegavam com carga acima do permitido nas rodovias ou de maneira ilegal. “Nós flagramos vários veículos de transporte de máquinas agrícolas e de empresas de logística trafegando em locais proibidos nas estradas. Os empresários pagavam as propinas aos policiais para que eles permitissem a circulação dos veículos. Temos indícios de recebimento de verba ilícita também com caminhoneiros e ônibus irregulares, além de motoristas que estavam com habilitação suspensa e pagaram propina para serem liberados.”

O Delegado Carlos Henrique Cotta Dângelo afirmou que as investigações vão seguir e podem atingir também funcionários de concessionárias. O chefe da corporação em Uberlândia considera a hipótese de que a operação prenda outros policiais e empresários.

Os 33 mandados de busca e apreensão expedidos já foram cumpridos e o material deve ser detalhado após abertura dos malotes. Os nomes dos presos não foram revelados.

A Polícia Rodoviária Federal informou que “ressalta o intenso trabalho feito pela nossa área correicional, seja preventivo ou repressivo, buscando conscientizar os servidores de que não há espaço para desvios de conduta em nossa Instituição.”

Fonte: O Estado de Minas

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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