Solidão – Por Paola Zapella*

Quase todo mundo se sente sozinho de vez em quando. É natural ter esse sentimento em algum momento da vida, porém, tenho percebido o grande número de pessoas que procuram meu consultório trazendo consigo as angústias de uma vida solitária: adolescentes, jovens , homens e mulheres no auge da vida profissional, os de meia idade e, pasmem, mais de 60% das pessoas que experienciam sentimentos de solidão são casadas.

Os adolescentes e jovens solteiros atribuem à timidez a responsabilidade por sua solidão. As mulheres reclamam da falta de interesse em relações mais sérias pelos homens. Os que estão no auge profissional, queixam-se da “correria” e a tal “falta de tempo”. A vida agitada pode contribuir para essa sensação de solidão, já que falta tempo para investir nas relações pessoais. Os de meia idade, casados, queixam-se da falta de diálogo e a incompatibilidade de interesses entre eles e seus parceiros e isto pode levá-los a se sentirem desconectados e solitários. O fato de estar acompanhado fisicamente por alguém ou mesmo cumprindo rituais sociais como ir a festas, almoço em família, ter irmãos, amigos, namorar não garante a uma pessoa que não fique ou esteja só. Aliás esta é uma angústia muito frequente e mais comum do que se imagina e causadora de muitos conflitos.

A solidão pode prejudicar sua saúde. Pesquisadores analisaram os resultados de 148 estudos e concluíram que ter pouca interação social é um fator de risco de morte prematura. É “duas vezes mais prejudicial que a obesidade” e equivale a “fumar 15 cigarros por dia”. A solidão se torna uma doença a partir do momento em que a pessoa se isola, não tem mais vontade de fazer as coisas que fazia antes, chora com facilidade, não quer falar sobre seus sentimentos, não sente confiança em ninguém e pode ter pensamentos suicidas. A doença pode, ainda, ser indício de depressão. Quando a pessoa não consegue lidar com a sensação de solidão é indicado o acompanhamento psicológico para não chegar a esse ponto e ter risco de desenvolver o quadro depressivo.

Há pessoas que vivem só e não se sentem solitárias. Há pessoas que vivem cercadas de outras e sentem-se abandonadas, esquecidas e perdidas. O importante mesmo é não fazer da solidão um lugar de morada!

*Paola Zapella é psicóloga, especialista em terapia de casal e família. Atende adolescentes, adultos, casais e famílias. Seu consultório fica no Edifício 3 Poderes, sala 305. O telefone de contato é o 3423-3363. Atendimento também pelos planos Copass Saúde, São Francisco Saúde e Somuf.

Comments

comments

rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

%d blogueiros gostam disto: