Como está sua vida conjugal? – Por Paola Zapella*

Pois é, você já se faz essa pergunta? Já também perguntou ao seu parceiro (a) como ele (a) se sente em relação a você? NÃO? Então está na hora!

Para uma relação duradoura e feliz não existe receita, nem manual. O segredo está em saber lidar com as mudanças e as diferenças do outro. Aquela história de “ele é a outra metade de minha laranja” e “ela é minha cara-metade” não convence, porque duas meias caras não podem fazer uma bela cara, duas meias laranjas podem fazer uma bela laranjada, mas duas meias pessoas não fazem um casal. Um casal deve ter duas pessoas inteiras.

Nem você nem seu parceiro (a) são as mesmas pessoas, pois, passaram por mudanças, evoluções e involuções. Cada mudança traz um risco, mas o congelamento do vínculo é um risco maior. Costumo dizer aos casais em meu consultório que, quando um dos parceiros muda, o outro precisa acompanhar essa mudança, ou seja, mudar junto. Também quando uma das partes me diz que o outro está diferente, sempre pergunto se isso é uma queixa ou um elogio. Deveria ser elogio, porque a pessoa está viva e não ficou imobilizada no que era antes.

O risco de uma relação longa é que o casal fica viciado nas mesmas escolhas, nos mesmos restaurantes, nas mesmas conversas, ou seja, deixam a vida deles no piloto automático. De repente, a relação se torna cansativa e sem graça.

As pessoas não devem abrir mão das coisas que gostavam antes de se casar, para ficar só na estreita faixa dos interesses comuns. As mulheres, em geral, estão mais dispostas a abdicar do que gostam e terminam virando reflexo do marido. No princípio, ele pode até gostar, mas depois de um tempo vai olhar para o lado e ver a própria imagem. Aí ela deixa de ser interessante aos olhos dele, pois, já não tem as qualidades que ele admirava.

No consultório, a queixa mais comum entre os casais é: “ele não fala”. Outra comum também é a falta de sexo. Os casais que me procuram querem que eu diga de quem é a culpa. Para começo de conversa: alguém tem de ter culpa? A culpa não é de ninguém. Culpa é coisa para onipotente, quem tem o poder de fazer a coisa certa e não faz. O que há na verdade é responsabilidade, isso sim, e conseguir separar uma coisa da outra é essencial.

A grande maioria dos homens ainda não estão preparados para “discutir a relação”, eles não ficam à vontade, porque aprenderam desde pequeno que falar sobre sentimentos é coisa de mulher. Não podemos esquecer que os homens foram educados por mulheres.

É fundamental lembrar que a frustração é parte da bagagem humana, não um desvio de rota. Temos que aprender a tolerar as frustações e as imperfeições do outro. Por isso, comece a repensar a sua relação, suas responsabilidade, inove, saia da rotina, surpreenda e acredite, pois, a vida a dois é fascinante!

Paola Zapella é psicóloga, especialista em terapia de casal e família. Atende adolescentes, adultos, casais e famílias

Seu consultório fica no Edifício 3 Poderes, sala 305. O telefone de contato é o 3423-3363

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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