Arte nas Águas de Minas entrega murais em Frutal
Dando sequência à inauguração de galerias de arte a céu aberto pelo interior de Minas Gerais, a 2ª edição do projeto Arte nas Águas de Minas celebra a finalização das pinturas na cidade de Frutal, no Triângulo Mineiro, e se prepara para iniciar uma nova etapa. Em Pompéu, na região Centro-Oeste, os artistas locais Alan Martins (SNUP) e Sara Silva (Sativa), além do convidado Bonikta (PA), darão continuidade à travessia criativa que tem deixado um legado artístico e ambiental em Minas Gerais.
O projeto “Arte nas Águas de Minas” é realizado pelo Ministério da Cultura e pela APPA – Cultura & Patrimônio, com patrocínio da Copasa, e viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet. Realização: Ministério da Cultura, Governo Federal – do lado do povo brasileiro.
Em Frutal, as grandes pinturas dos artistas Gustavo Queiroz (Monstrim) e Luka Ferreira (Bão Uai), selecionados por meio de edital, e da convidada nacional Ani Ganzala (BA), trouxeram à sede da Copasa uma riqueza de cores em diálogo com a natureza. Os trabalhos foram entregues à comunidade durante solenidade que aconteceu na última terça-feira, 21/10. Além da pintura dos murais, no dia anterior 20/10, segunda-feira, os artistas Gustavo Queiroz e Luka Ferreira ministraram uma oficina de arte urbana para recuperandos da APAC Masculina de Frutal.
Gustavo Queiroz, que atua há mais de duas décadas com graffiti, tatuagem e cenografia, é conhecido pelo olhar atento à natureza e às relações que ligam corpo, paisagem e território. Em seu mural “Gigante Rio Grande”, ele homenageia o ecossistema que cerca o principal curso d’água da região, fonte de sustento e equilíbrio ambiental, ao representar uma garça, ave comum na região, voando sobre o rio azul profundo, cercada por folhagens e flores.
Já Luka Ferreira, o Bão Uai, levou ao mural “Genoma Bão” uma leitura simbólica da perspectiva ribeirinha e da essência mineira, ao propor, nas palavras do artista, “um diálogo entre o homem, a natureza e a própria origem da vida”. Em uma composição que transita do amarelo ao azul, pescadores lançam linhas sobre uma grande hélice de DNA, onde nadam peixes e jacarés. O artista funde biologia e cultura popular para expressar o fluxo que conecta todas as formas de vida, revelando a água como memória e continuidade.
Junto a eles, a artista convidada Ani Ganzala, natural da Bahia, trouxe ao Triângulo Mineiro uma leitura que mistura ancestralidade, ecologia e espiritualidade. Afrondígena, mãe e Ìyàwó de Oxóssi, a artista criou três murais em Frutal: “A Vida É Fruição”, onde um rio sinuoso atravessa uma paisagem verdejante, celebrando o fluxo e a abundância da vida; “Cerrado”, dedicado à diversidade de um bioma que abriga animais como tamanduás e veados-campeiros; e “Tamanduá-Bandeira”, pintura monumental na fachada do reservatório da Copasa, que exalta o animal como símbolo de equilíbrio e resistência.
