Polícia investiga morte de criança de 2 anos após tomar achocolatado da Itambé

itambezinhoA Polícia Civil de Cuiabá, no Mato Grosso, investiga o caso de um menino de 2 anos que morreu após tomar um achocolatado da empresa mineira Itambé na última semana. Nesta segunda-feira (29), alguns depoimentos foram realizados na Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica).
O menino, que não teve o nome divulgado, morreu na última quinta-feira (25). Em depoimento, a mãe do garotinho, uma jovem de 28 anos, contou que o filho estava resfriado e soltando coriza pelo nariz, mas sem febre há dois dias.
No dia da morte, por volta das 9h, mãe e filho estavam em casa, localizada no bairro Parque Cuiabá, quando a criança pediu algo para comer. A mulher pegou uma caixinha de 200 ml do achocolatado “Itambezinho” e entregou ao garoto.
Minutos após ingerir a bebida, a vítima começou a ficar com falta de ar, “corpo mole e com princípio de desmaio”, segundo a versão da mãe. O menino foi levado para uma policlínica, onde médicos tentaram reanimá-lo por uma hora, mas ele não resistiu.
A mãe contou que tomou um pouco do achocolatado que tinha dado ao filho e teve tonturas e náuseas. O tio do garotinho também bebeu e precisou receber atendimento médico. Segundo a assessoria de imprensa da corporação, cinco caixas do produto, sendo três fechadas e duas abertas foram recolhidas. Entre elas, a vazia que teve o líquido consumido pela criança.
O material foi encaminhado ao Laboratório Forense da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e passará por análises. Exames com amostras colhidas da criança em exame de necrópsia também serão analisados. Ainda não há data para divulgação da conclusão dos laudos.
A investigação do caso está a cargo do delegado titular da Deddica, Eduardo Botelho.
Bebida foi dada pelo vizinho
As cinco caixas de achocolatado foram dadas à família por um vizinho. No dia da morte da criança, ele não foi localizado para passar informações de como adquiriu o produto. O homem também será ouvido pela polícia.
Produto é suspenso
Por medida de segurança, a Coordenadoria de Vigilância Sanitária do Estado de Mato Grosso solicitou interdição cautelar de todos os produtos Itambezinho Chocolate (sabor chocolate, rico em 10 vitaminas), com data de fabricação em 25/05/2016, validade 21/11/2016 e lote MA 21:18.
Posicionamento da empresa
Por meio de nota, a empresa Itambé afirmou que já foi notificada em relação ao caso da criança de Cuiabá e está em contato permanente com a Vigilância Sanitária regional e auxiliando na apuração dos fatos.
A assessoria afirma que o lote do produto recolhido saiu da fábrica localizada em Minas Gerais pronto para consumo e que o achocolatado está no mercado há mais de dez anos e nunca apresentou qualquer problema.
Ainda conforme o comunicado, a empresa já disponibilizou as contraprovas para os órgãos oficiais e continuará trabalhando para esclarecimentos do caso.
A Itambé também informa que já realizou análises laboratoriais internas do lote de produção mencionado na notificação e não identificou qualquer problema em sua composição.
Segundo a nota, outras análises “estão sendo feitas em laboratórios externos e no LANAGRO – Laboratório Nacional Agropecuário – do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, cujos laudos serão disponibilizados no decorrer desta semana”.
A reportagem de O TEMPO fez contato com Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), mas foi informada que a Itambé tem registro no Serviço de Inspeção Federal (SIF) e está ligada diretamente à Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Minas Gerais (SFA-MG) . A assessoria de imprensa da superintendência não foi localizada para comentar o caso.
Boatos em redes sociais
Circulam pelas redes sociais boatos que uma outra criança e um adulto também teriam morrido após o consumo do produto. Porém, a polícia e a empresa afirmam que nenhuma outra denúncia foi realizada. “Até o presente momento, diferentemente do divulgado nas redes sociais, não houve qualquer notificação de outros casos similares relativos ao produto em questão, além do mencionado em Cuiabá”, diz o comunicado da Itambé.
Fonte: Jornal O Tempo
rrochaok
 

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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