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O que mais falta a ser feito em cima de um palco?

Acompanhar a evolução musical no Brasil é um exercício às vezes temeroso. Longe de querer impor aqui gostos ou estilos, mas é preciso se preparar muito para poder acompanhar o “som” do gosto popular com o passar dos tempos. Um dos que mais me chama a atenção – e negativamente, infelizmente – é o funk.

Não que eu seja totalmente contrário ao ritmo, à cultura e a dança. Mas a cada dia que passa vejo cantores e cantoras desse ritmo fazerem coisas de deixar qualquer um de cabelo em pé. A última delas vi nessa semana no canal do Youtube de uma cantora chamada Anitta que pretende ser a sensação do momento com o funk romântico ou meloso, seja lá como é falado. Em um dos vídeos divulgados na Internet da música chamada “Pretin”, a cantora, além de rebolar e se colocar em posições sexuais quase o tempo todo no palco, simplesmente arrasta um dos bailarinos segurando pelo… pênis!

Não, caros leitores, não estou exagerando. E nem quero parecer conservador demais com a questão. Mas o fato me chama a atenção exatamente por pensar no que mais falta a ser feito ou mostrado em palcos de show. Depois de “velocidade 5 no creu”, “quadradinho”, “quadradinho de 8 (!?)”, agora a moda é arrastar um homem pela genitália? Confesso que após essa não me surpreenderia se daqui alguns meses algum cantor/a suba ao palco, arranque a roupa e pratique sexo diante de uma platéia enquanto canta.

Respeito o ritmo e o som do funk, assim como suas origens enquanto movimento que reflete a realidade das favelas do Brasil e a cultura onde esses jovens, infelizmente, crescem. Mas não sou obrigado a concordar com determinadas coreografias por mais que as letras das músicas sejam predominantemente recheadas de conotações sexuais.

Confesso que fiquei espantado. E como pai de duas garotas, a preocupação bateu. Espero que esse ciclo termine logo e que o funk volte a ser a música de protesto aquele “som de preto, de favelado, que quando toca ninguém fica parado”, mas sem tais coreografias e sugestões sexuais tão intensas.

Sim, sei que é um desejo talvez isolado e que algumas pessoas podem até me criticar por esse posicionamento. Mas até no apelativo precisamos ter um limite, sob pena de perder completamente a noção daquilo que é ou não é válido em busca da fama.

Um grande abraço a todos e até a próxima!

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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