Do fundo do baú: Frutal e o caso das moedas falsas

O texto que reproduzo abaixo, achei no fundo do baú. Data lá do longíquo 2005 ou 2006, ano em que a cidade ficou em polvorosa com a história das moedas falsas que estariam circulando no comércio de Frutal. À época, dizia-se que se a moeda não grudar no ímã, é falsa. Enfim, o mito ainda prevalece e vez ou outra ainda ouço esse comentário. Abaixo, uma reportagem especial que escrevi com a colaboração do jornalista João Cerino e da minha saudosa mãe, Lília Portari:

2210moedafalsaHá praticamente um mês os comerciantes frutalenses vêm vivendo sob uma intensa dúvida: há moedas de metal falsas circulando no comércio frutalense ou não?
A dúvida foi plantada depois que um boato de origem desconhecida surgiu na cidade dizendo que as moedas falsas de R$0,50 ou R$1,00 não seriam atraídas em imãs, se colocadas perto deles.
A preocupação se tornou geral depois que emissoras de rádio começaram a divulgar essa informação como verdadeira, chegando até mesmo a orientar os proprietários de estabelecimentos comerciais a adquirirem imãs para de identificar se a moeda é falsa ou não.
Desde então a equipe de reportagens e colaboradores do jornal Pontal do Triângulo começaram a levantar uma intensa investigação sobre o assunto e, nesta semana, duas conclusões apareceram: não existem moedas falsas circulando em larga escala no comércio frutalense e, principalmente, imã não serve para identificar se a moeda realmente é falsa ou não.
A esta altura da matéria, o leitor deve estar se perguntado: mas se as moedas não são falsas, por que elas não grudam nos imãs? A resposta, apesar de técnica, é simples e fácil de ser entendida.
Desde que surgiu o Plano Real, as moedas passaram por algumas modificações. Da primeira versão das moedas até as que encontramos no mercado atualmente, há uma grande diferença de peso, tamanho, cor e, principalmente, dos caracteres gravados na moeda.
Entre os anos de 1998 e 2001, as moedas de R$0,50 e R$1,00 eram cunhadas com um material chamado de cuproníquel (um tipo de liga de cobre e níquel contendo até 45% de níquel, resistente a corrosão). O níquel é um metal não ferroso). Porém, em 2001, houve uma grande alta no preço deste material, tornando a cunhagem das moedas mais cara.
A fim de garantir a continuidade na fabricação das moedas, o Banco Central encontrou um novo material: o aço inoxidável, que contém um mínimo de 10,5% de Cromo como principal elemento de liga. Neste tipo de aço não ocorre oxidação em ambiente normal. Alguns aços inoxidáveis possuem mais de 30% de Cromo ou menos de 50% de Ferro). Este material também brilha mais do que o cuproníquel.
Outras pequenas mudanças também aconteceram nessa transição da matéria-prima na fabricação das moedas de R$0,50 e R$1,00. A primeira teve seu peso alterado (de 9,25g para 6,80g), enquanto que a outra caiu de 7,84g para 7,00g.
Diâmetro, espessura, bordo e inscrições continuaram as mesmas.
Com base nessas informações, fica fácil descobrir o porquê de algumas moedas serem mais leves ou mais brilhantes ou ainda porque é atraída por imã ou não. Isso não significa que sejam falsas. Basta uma olhada rápida no ano de produção (geralmente encontrada no anverso da moeda) para averiguar estas características.
O gerente de expediente Horácio da Silva Gomes, que forneceu algumas informações para complementar essa reportagem, certificou que a agência local do Banco do Brasil, não havia acolhido nenhuma moeda falsa até a tarde da última segunda-feira.
Aceitar ou rejeitar moedas se pegarem ou não no ímã é uma atitude incorreta segundo Horácio, pois tudo depende do material de que ela é feita. “O Banco Central trocou um material mais caro, que pegava no ímã, por um outro material, que não pega. Ímã não é prova de validade ou não da moeda.
Para alguém falsificar é difícil e muito mais caro que o valor desta moeda. É difícil encontrar falsificação de moeda e da nota de um real, porque o valor não compensa. Eu ainda não vi nenhuma moeda falsa no comércio de Frutal”, comentou.
(Por João Cerino, Lília Portari e Rodrigo Portari)

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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