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PSC reestrutura partido e complica pré-candidatura de Mauri Alves

Nunca na história política de Frutal uma decisão partidária repercutiu tanto quanto a que alterou a Comissão Provisória do PSC municipal.

Enquanto o ex-presidente Mauri Alves mobilizava seus advogados para tentar reverter a decisão da executiva do PSC, o novo presidente, concedia entrevista para explicar que não houve intervenção mas uma reestruturação partidária que está em curso em todo Estado e que foi iniciada em abril do ano passado.

RP – De quem foi a iniciativa de tomar o PSC das mãos do pré-candidato Mauri Alves?

Catuta – Ninguém tomou nada de ninguém. O PSC está se reestruturando em todo Estado desde abril do ano passado. Das 460 comissões provisórias que existiam, hoje são 360, porque a primeira convocação estadual de recadastramento do partido não teve muito sucesso, o que obrigou a uma decisão: destituir todo mundo. Graças a essa medida, os filiados do Estado começaram a se recadastrar e hoje temos 360 cidades onde o PSC está muito bem organizado.

RP- Como estava o PSC de Frutal?

Catuta – Existia apenas no papel, porque, como me relataram em Belo Horizonte, os ex-integrantes da Provisória nunca tiveram nenhum contato, mesmo por telefone, com a executiva estadual. Não teriam participado de eventos partidários e muito menos das assembleias estaduais realizadas em Belo Horizonte para o planejamento estratégico do PSC nas eleições deste ano. Era como se simplesmente não existissem. Quando se assume um partido temos que agir como uma pessoa que, para não perder a garantia de um trator novo, tem que fazer todas as revisões na máquina. No caso deles, a garantia da presidência era interagir e acima de tudo respeitar o seu partido.  Não fez nada e perdeu a garantia, o partido e a pré-candidatura. Foi quando me ofereceram para organizar o PSC em Frutal. Claro que aceitei.

RP – E você participou de algum evento do partido?

Catuta – Sim, é o mínimo que qualquer membro de partido tem que fazer. Não estive em eventos em Belo Horizonte porque ainda não tinha sido convidado pela executiva. Mas quando formalizaram o convite através do vereador Ronaldo Alves, vice-presidente da Câmara de Uberlândia, participei da convenção do PSC realizada na Câmara de Uberlândia.

RP – O PSC não deveria ter avisado o ex-presidente antes de tomar uma decisão como essa?

Catuta – Avisar como? A executiva até hoje não conhece nem o ex-presidente e nem a antiga provisória. E olha que o ex-presidente assumiu o PSC há mais de um ano em uma situação no mínimo “estranha”, porque o partido tinha como presidente um indicado do vereador Joab num dia, no outro, já aparecia o nome do Mauri Alves. Num dia a provisória municipal só tinha parentes de um vereador, e no outro eram pessoas totalmente diferentes. Não quero ser leviano e nem acusar quem quer que seja, mas aquela mudança de mãos do PSC foi das mais esquisitas.

RP – O que é que isso significa?

Catuta – O leitor é inteligente e vai entender essa esquisitice toda. Quero dizer que a antiga provisória não existia pro PSC Estadual. Parece que não se preocuparam nem mesmo em conhecer os estatutos ou o plano estratégico nosso para as eleições.

RP – Então agora é mais uma mudança de mãos. Ela também não é esquisita porque se dá em plena pré-campanha?

Catuta – A situação é bem diferente, porque eu não procurei ninguém para assumir o partido. Fui convidado e aceitei. Isso acontece num momento de muita tensão, concordo, mas está tudo de acordo com a legislação eleitoral e os estatutos do PSC.

RP – Você falou em plano estratégico. Qual é o do PSC?

Catuta – Estamos nos organizando em todo Estado por Macro Regiões, como aqui no Triângulo Mineiro. A partir dai, o PSC está se estruturando em todas as cidades, lançando pré-candidatos a vereador e onde for possível a prefeito também. Precisamos garantir participação política como agentes principais ou como apoiadores em campanhas com chances reais de vitória, para que isso viabilize a eleição do PSC nas eleições legislativas.

RP – Quer dizer que o que aconteceu aqui não foi intervenção?

Catuta – De forma alguma. Reafirmo o que já disse: a comissão do PSC de Frutal existia apenas no papel, mas perdeu a validade e eu fui convidado para assumir. Agora vamos organizar tudo do zero seguindo as diretrizes do partido.

RP – E como fica a situação do Mauri pré-candidato a Prefeito?

Catuta – A nova comissão do PSC vai rediscutir todo o processo de alianças políticas em Frutal com base na estratégia elaborada pelo partido em Belo Horizonte. Os acordos e alianças da antiga comissão de Frutal já não valem mais, inclusive as coligações proporcionais.

RP – E como fica a situação do Mauri pré-candidato a Prefeito?

Catuta – Não temos nada contra a pessoa do Mauri. Ele deverá procurar a nova direção do partido e apresentar suas propostas de trabalho para o PSC de Frutal e justificar sua intenção de candidatar-se aos convencionais. Quem irá decidir serão os convencionais do partido. O que mudou foi apenas a direção do partido. Se o Mauri se comprometer com as diretrizes do partido, nada impede de lançar sua candidatura e tudo dependerá da avaliação dos convencionais.

RP – E o pré-candidato Toninho Heitor, vocês são amigos e  mantem relações próximas até hoje. Qual a participação dele nesses eventos todos?

Catuta – Nenhuma.

RP – Nenhuma?

Catuta – Nenhuma. Ele foi informado da mesma forma que todos, depois que o assunto saiu na Internet.

RP – E os deputados Narcio e Zé Maia, sabiam?

Catuta – Não. Nenhum dos dois sabia. É importante salientar que minha relação com os deputados, apesar de sermos companheiros políticos, nessa eleição não temos nenhum compromisso firmado.

RP – Isso não lhe parece mais um oportunismo condenável?

Catuta – De jeito nenhum, faz parte do jogo eleitoral e a legislação permite. Por sinal, essa possibilidade é justamente para obrigar o político a se relacionar com o partido, a interagir, conhecer os programas, as propostas e participar da vida partidária. Se não dá margem para a executiva estadual intervir, como está ocorrendo em Uberaba no diretório do PMDB, do prefeito Anderson Adauto, mas neste caso por outros motivos.

Quero dizer mais: PMDB, PDT, PV, PP, PSB e DEM de Frutal, para citar alguns casos, também já tiveram as comissões provisórias substituídas pelas respectivas executivas estaduais.

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P.S: da mesma forma que tenho conduzido este site, desde já deixo aberto o espaço para que a antiga Comissão Provisória do PSC possa se manifestar.

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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