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Não à demolição do ISPA

Na última semana entrei, definitivamente, na campanha pela preservação do prédio do Instituto São Paulo Apóstolo (ISPA), a primeira escola de ensino médio construída em Frutal por força da comunidade e que, posteriormente, foi doada à Igreja Católica para que pudesse receber professores para ministrar aulas para os jovens da cidade.

A história do ISPA, por si só, já justifica a sua preservação enquanto patrimônio histórico do município numa cidade em que muito pouco se fez para preservar suas origens há décadas. Basta lembrar a polêmica destruição do Casarão dos Marcondes, na praça Alcides de Paula Gomes, para a construção de um posto de combustível. Muito se tentou, à época, evitar que isso ocorresse. Hoje, ouve-se muito lamentos da comunidade por ter deixado aquela riqueza arquitetônica ter ido ao chão.

O mesmo está por acontecer com o ISPA. Em reunião do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico, que é presidido pelo arquiteto urbanista Ionei Dutra, foi aprovada o tombamento do prédio como parte da nossa história o que, portanto, evitaria a sua demolição. Porém, nos últimos dias, uma intensa movimentação tem tentado reverter essa situação. E se a comunidade não se mobilizar, não encampar essa luta, corremos o risco de ter 60 anos de nossa história riscada do mapa para a construção de duas torres de apartamentos. Como pesquisador da área de comunicação e orientador de três projetos que visam exatamente preservar a memória da cidade, meu posicionamento é totalmente contrário à demolição do prédio.

Não sei o que pensa, ainda, o atual prefeito de Frutal. Nem mesmo o padre Sebastião Ribeiro, atual responsável por aquele espaço e a voz da nossa comunidade junto à arquidiocese em Uberaba. Mas sei que, quem gostar da cidade, quem quiser deixar algo da história de Frutal para que seja visto, apreciado e utilizado para seus filhos e netos, não pode ficar de braços cruzados.

Quero acreditar que o Ministério Público, que está fazendo um excelente trabalho para a preservação daquele prédio, tenha sucesso na empreitada. E que a voz do promotor Renato Teixeira seja engrossada por 50 mil habitantes que amam e gostam dessa terra. São os meus votos. E a minha luta. Estou na campanha “Diga Não À Demolição do ISPA”. E pretendo continuar assim até o final. Porque não quero ver aquele espaço apenas como uma fotografia pendurada – ou quiçá esquecida – numa parede. Imaginem se toda “modernização” fosse feita à custa de demolições? Não teríamos Ouro Preto, nem Congonhas, nem Paraty (RJ), nem o museu dou Louvre nem a rica história da Grécia. Não é?

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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