Quadrilha pode ter vindo a Frutal após fracasso em SP
Os ataques da manhã desta quarta-feira (7) a um carro-forte na rodovia Abrão Ased, em Cajuru, e na madrugada de quinta-feira (8) a uma agência bancária em Frutal (MG) são consequências da tentativa fracassada de assalto à transportadora de valores Brinks em Ribeirão Preto na semana passada.
A afirmação é do delegado João Osinski, diretor do Deinter (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior) 3, responsável pela Polícia Civil de Ribeirão Preto e 92 municípios da região. Ele estima que os criminosos gastaram ao menos R$ 1 milhão no ataque a Brinks do dia 29 de outubro. Na ocasião, eles não conseguiram explodir o cofre e fugiram sem levar nada.
“Tudo leva a crer que ao menos parte dos integrantes [dos ataques em Frutal e Cajuru] do núcleo de contenção seja o mesmo da Brinks. Utilizam a mesma vestimenta: capacete balístico, roupa preta”, disse Osinski, em entrevista ao ACidade ON e rádio CBN.
O delegado aponta que a quadrilha “perdeu muito dinheiro, arma e equipamentos no planejamento do ataque a Brinks, que são alugados de outros grupos criminosos. Então eles saíram em desespero, sem preparo, no que chamamos de cavalo louco [realizando novos ataques a empresas de valores]”.
Segundo Osinski, isso representa um risco à população. “Estão agindo sem planejamento, na correria. Acaba resultando na morte de policiais e pessoas inocentes. O amadorismo leva a esse tipo de situação, o que nos causa grande preocupação”.
Em ataques a empresas de valores, as quadrilhas planejam a atuação e rota de fuga para evitar mortes de policiais e populares. Assim, se forem pegas, não respondem por homicídio que rende pena superior aos demais crimes.
No ataque a Cajuru na terça-feira dois policiais foram baleados, mas receberam atendimento e não correm risco de morte. Em Frutal, porém, uma mulher morreu atingida por um tiro de fuzil. Na cidade, dois assaltantes também foram mortes pela polícia.
Osinski aponta que a compra de uma metralhadora .50, utilizada pelos criminosos na Brinks e no carro-forte de Cajuru, tem poder de fogo suficiente para derrubar um avião e custa R$ 100 mil no mercado clandestino.
Fonte: Jornal A Cidade / Ribeirão Preto