Eleições 2018: abstenção é o pior dos cenários

As eleições deste ano já estão rolando. Estamos há cerca de 40 dias de ir às urnas colocar o voto nos deputados estaduais, federais, senador, governador e presidente da República. Porém o que tem preocupado grande parte dos especialistas políticos é a possibilidade de abstenção. Principalmente por conta de eleições suplementares que aconteceram no Brasil do ano passado para cá, tendo como caso mais emblemático o estado do Tocantins, onde 50% dos eleitores não compareceram.

Em se confirmando esse grande número de abstenções, teremos uma triste realidade: diminuição no número necessário de votos para eleger deputados estaduais e federais, beneficiando diretamente aqueles que já estão no poder. Só para ilustrar, em Minas Gerais a coeficiente para alcançar uma vaga na Câmara Federal era de 148 mil votos na eleição passada. As previsões com base no índice de abstenção levam essa quantidade para 102 mil votos. Para a Assembleia Legislativa, dos 78 mil votos necessários, possivelmente serão necessário cerca de 45 mil votos para conseguir assumir uma vaga no legislativo estadual.

Fora isso, a abstenção tende a beneficiar diretamente quem lidera as pesquisas para o executivo. Com menos pessoas votando, a militância faz toda diferença. Nesse cenário, não me surpreenderá se Bolsonaro alcançar o segundo turno, mesmo diante de todas limitações e falta de preparo que o mesmo vem demonstrando nos debates eleitorais. Também não me surpreenderia uma disputa Anastasia x Pimentel em Minas Gerais no segundo turno. Essa disputa só não vai acontecer se o TRE de fato barrar a candidatura de Márcio Lacerda. Aí a eleição mineira possivelmente se resolve no primeiro turno.

Em todo caso, a abstenção é preocupante. E as campanhas pedindo abstenção, votos brancos ou nulos, sob o pretexto de “anular a eleição”, é a fórmula mais burra de protestar contra o cenário político ou mesmo com os candidatos disponíveis. Já que as opções não estão lá tão atrativas, é melhor escolher aquela que pelo menos se aproxima às suas vontades para o futuro do estado e do país do que simplesmente não ir para a urna. Ou então estamos fadados a sermos cúmplices de possíveis vitórias eleitorais que se desenham para o futuro.

Que Deus nos ajude!!!

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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