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Coluna do Portari – Jornal Pontal – 13/12/2012

Sobram viaturas, falta efetivo: o paradoxo da segurança pública em Frutal

 Os casos de homicídio, além de roubos e furtos diariamente noticiados pela Rádio 97FM, convida a todos a uma reflexão sobre a segurança pública de Frutal. Não é de hoje que o tema é polêmico e gera muita controvérsia. Eu mesmo, recentemente, fiz alguns desabafos sobre a situação. Mas acredito que é hora de analisarmos a questão um pouco mais friamente.

Se, por um lado, temos várias viaturas novas chegando à Frutal, por outro, a cidade está sofrendo com falta de efetivo para dar conta da quantidade de chamadas diárias pelo190. Asituação é um tanto quanto grave porque, ao que parece, há dois anos o governo do estado não realiza concurso para soldados e, nesse mesmo tempo, mais de 2 mil policiais militares se aposentaram.

Para piorar um pouco a situação, cidades como Frutal tem se desenvolvido rapidamente, atraindo migrantes de várias regiões do país e, o resultado é: mais pessoas vivendo no município, mais problemas de segurança serão ocasionados.

Faço essa abordagem nessa semana não pelo fato de termos homicídios recentemente registradosem Frutal. Oúltimo deles, aliás, numa festa de confraternização. Sabemos do trabalho da PM em se desdobrar para estar presente em todos os lugares ao mesmo tempo, mas, por outro lado, o homicídio que estampa uma das notícias de capa do jornal ocorreu dentro de uma casa, num momento de diversão entre amigos. Quem poderia imaginar que dali sairia uma vítima?

Da mesma forma, há 15 dias, uma discussão entre duas pessoas resultou em uma morte no Bar do Paraná. Quem estava ali também não imaginou que uma suposta dívida terminaria em morte.

Mesmo que cada civil pudesse ter um policial ao seu lado escoltando-o em tempo integral, ainda não estaríamos livres de certas situações. O que precisamos fazer, de fato, é cobrar das autoridades competentes – de prefeito a governador do estado – que tragam mais policiais para a cidade. A necessidade, pelo quadro que se desenha, é mais de material humano do que qualquer outra coisa. Só assim, e com estratégias de segurança também montadas pelo comando da PM, começaremos a ver a situação melhorar gradativamente. Esse é o apelo do momento. E essa deve ser a bandeira da comunidade frutalense. Antes que, cada vez mais, nos transformemos em reféns da porta de nossas próprias casas.

 

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A edição desta semana se encerra com mais uma morte estranha no hospital Frei Gabriel. A família diz que a demora em seu atendimento provocou a morte. O hospital apresenta outra versão, dizendo que o tempo decorrido entre a abertura da ficha e a morte do paciente leva a crer em um problema de saúde grave que não seria solucionado com o atendimento. Enfim, essa morte, somada à da criança de três anos, aumenta a coleção de reclamações sobre o hospital.

Apesar de reconhecermos ter havido avanços por lá, é preciso que, para a próxima administração, melhorias sejam feitas, desde cursos de capacitação a um sistema de gerenciamento que permita amenizar o grande custo que o hospital representa atualmente no orçamento do município. Esperamos que a partir de 2013 novos ares se apresentem por ali.

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação

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